UNIGUAÇU – UNIÃO DE ENSINO SUPERIOR DO IGUAÇU LTDA.
FAESI – FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DE SÃO MIGUEL DO IGUAÇU
ISE – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO
CURSO DE GEOGRAFIA QUINTO PERÍODO
Organização do espaço mundial
ALESSANDRA DALMAS
ANDERSON JOSÉ BENDER
BRUNA LUNARDI
GÉSSICA PEREIRA
RESUMO: GLOBALIZAÇÃO E DEMOCRACIA COSMOPOLITA
Trabalho de graduação apresentado à disciplina de Organização do espaço mundial da Faculdade de Ensino Superior de São Miguel do Iguaçu, sob orientação da Professora: Grasiele Ferreira.
SÃO MIGUEL DO IGUAÇU
2012
Globalização e democracia cosmopolita
A globalização é um tema muito comentado e questionado, atualmente existem várias definições a respeito da globalização. Os analistas consideram a como um fenômeno econômico que se reporta exclusivamente a integração de mercados financeiros e comerciais. Pouca atenção é dada aos fluxos de mão – de – obra.
A globalização é um assunto que está na linguagem atual, teve sua força a partir do século XX.
Há outros fatores que vêm as últimas décadas do século XX como o desaparecimento do comunismo e a volta da democracia política em vários países. Em outras palavras, a globalização estaria contribuindo para a democracia no mundo.
Após a globalização, o mundo ficou “menor” a distância entre as pessoas diminuiu, através das tecnologias. Segundo A. GIDDENS (2000), passamos a estar em contato regular com outros que pensavam diferente e vivem de forma distinta de nós.
O filósofo espanhol Fernando Quisada (2004) construiu uma reflexão de globalização, como um processo que realizou ate o momento, uma ruptura no imaginário político, que se construiu no ocidente no início da modernidade. Para ele, as possibilidades políticas poderiam estar se abrindo para um “novo imaginário político”.
Independentemente das definições, a globalização é uma questão em moda irrelevante. A globalização é uma questão em moda irrelevante, é um processo irregular que não é vivido nem experimentado uniformemente. Entramos no século XXI sem termos uma definição para a globalização, ou seja, ela ainda está sendo debatida e não há um consenso para o seu significado.
Nas tentativas de definição sobre o que e Globalização, podemos identificar de acordo com David Held e Antony Mcgrew (2001), duas grandes correntes de interpretação: Os Globalistas e os Céticos. Os primeiros descrevem que a Globalização é um processo real e transformador, os segundos consideram exagerado esse diagnostico, porem ambas afirmam ser bastante complicado compreender as modificações que ocorrem na sociedade atual. Apesar das duas apresentarem controversas, elas compartilham algumas ideias em comum sobre a realidade atual. Segundo Held e Mcgrew (2001): Ambos consideram que ocorreu um crescimento notável da economia dentro das regiões e em diferentes comunidades. A competição (política, econômica e global), desafia as velhas hierarquias e gera desigualdades de riqueza, pobreza, privilegio e conhecimento; Problemas transnacionais e trans – fronteiriços, como produção de alimentos geneticamente modificados, lavagem de dinheiro e terrorismo global, tem gerado consequentes duvidas sobre a função das instituições tradicionais de prestação de contas dos governos nacionais.
Segundo os autores vale lembrar que se expandiu a governança internacional nos âmbitos regional e global. Esses desenvolvimentos exigem novas maneiras de se pensar sobre política, econômica e mudanças culturais.
Apesar de apresentarem ideias parecidas, Globalistas e Céticas, possuem divergências centrais céticas. Para esses, a globalização se entende como um crescente vinculo entre economias e sociedades nacionais essencialmente distintas de regionalização, ou seja, agrupamentos geográficos e econômicos trans – fronteiriços que estruturam atualmente os polos econômicos mundiais como EUA, Europa e Japão. Para os Céticos a globalização é uma construção mitológica necessária no sentido de “justificar” o processo global e neoliberal, a criação de um mercado livre e a consolidação do capitalismo anglo americano nas principais regiões socioeconômicas do mundo.
Já para os Globalistas, a globalização e sinônimo de americanização ou de imperialismo ocidental. Ou seja, a globalização é resultado de mudanças profundas na escala da organização social moderna. Tais transformações teriam sido causadas por diversas dimensões da atividade humana baseadas no desenvolvimento, o que permitiu um crescimento sem procedente das corporações multinacionais e dos mercados financeiros mundiais, bem como a ampliação da cultura popular quanto da importância da degradação do meio ambiente.
Em primeiro lugar, o autor coloca a importância de uma regulação de volatilidade dos mercados e transparência nas operações bancarias, sobretudo, aquelas que são internacionais, essas devem por parte dos governos ter controles de capitais. Em segundo lugar, seriam necessárias novas formas de coordenação econômica com a implantação de uma nova entidade internacional de coordenação, já que a atual possui uma fragmentação entre os órgãos governamentais que são: FMI, BANCO MUNDIAL, OECD E O G7. Em terceiro lugar deve-se estabelecer um contrapeso no que diz respeito a impostos, porem com cautela, pois se trata de alteração de normas de livre mercado e deve estabelecer uma relação entre o social e o ambiental, para que esse sistema funcione, é preciso que aja uma responsabilidade e uma regulação dos mecanismos, visa-se construir um pacto entre poder econômico, democrático e estado de bem estar social. Em quarto lugar tem que haver uma reversão de poder entre as grandes potencias, sendo que as mesmas devem perdoar as dividas dos países pobres. E por fim deve-se apontar um sistema de apresentação de contas em escala global, isso teria plena condições de ser iniciado e aprofundado na união europeia, esse movimento contaria com uma maior valorização do parlamento do mercado europeu e de tomada de decisões no que se refere a nível global, haveria que apresentar um projeto concreto de reestruturação do conselho de segurança das nações unidas e dar mais acesso a ao poder aos países em desenvolvimento.
O que nos apresenta David Held (2000) é uma perspectiva de intervir na nova situação mundial de globalização, para Held deve preparar o cidadão para uma nova globalização onde o individuo interaja globalmente e não só localmente (comunidade) deve participar de diversas comunidades.
A globalização não é a prefiguração de uma comunidade harmoniosa como muitos imaginavam ou imaginam, e assim geram-se muitos conflitos. O desafio é: unificar o gênero humano, e nesse caso, a resposta pode vir somente de uma perspectiva democrática.
1) Existem diferentes visões e definições da globalização. Comente aquela que você acha mais coerente.
Uma visão e definição da globalização é aquela que da ênfase a aspectos de comunicação do fenômeno, dimensões culturais, tecnológicas, migratórias ou ecológicas para um processo de interdependência mundial; a globalização estaria conectada à expansão da democracia pelo mundo.
2) Quais são as mudanças promovidas pela globalização?
Segundo alguns dos sociólogos brasileiros, a globalização é um processo de simultaneidade, desafia, rompe, subordina, mutila, destrói, e ainda, recria outras formas sociais de vida e de trabalho, compreendendo o modo de ser, agir, sentir e imaginar.
3) Para David Held (2000), que outra forma de globalização seria possível?
O Pesquisador sugere cinco encaminhamentos para a construção de uma possível globalização:
1º A Regulação da volatilidade dos mercados financeiros na busca de lucros à curto prazo.
2º Novas reformas de coordenação econômica.
3º Ampliar a legislação no sentido de estabelecer um contrapeso aos custos impostos pelo mercado, tanto em termos ambientais quanto sociais.
4º Criar uma nova ordem internacional que considere a reversão do predomínio das grandes potências nos organismos institucionais e globais para que possam adotar medidas que enfrentam a pobreza e os obstáculos ao desenvolvimento econômico.
5º Apresentação de um projeto concreto de reestruturação do conselho de segurança das Nações Unidas para dar mais presença e poder aos países em desenvolvimento; além do melhoramento dos mecanismos de prestação de contas das entidades econômicas; e ainda fortalecendo a prestação de contas das entidades econômicas; e por fim, focar o fortalecimento da capacidade entre outras instituições daquelas à defesa dos direitos humanos.
Resumo retirado do texto de Alberto Aggio (Maio de 2009).