Rochas Metamórficas, Sendimentares e Ígneas
O que vem a ser uma rocha?
Em geologia, Rocha é um agregado sólido que ocorre naturalmente e é constituído por um ou mais minerais ou mineraloides. A camada externa sólida da Terra, conhecida por litosfera, é constituída por rochas. O estudo científico das rochas é chamado de petrologia, um ramo da geologia. Os termos populares pedra e calhau se referem a pedaços soltos de rochas, ou fragmentos.
Para ser considerada como uma rocha, esse agregado tem que ter representatividade à escala cartográfica (ter volume suficiente) e ocorrer repetidamente no espaço e no tempo, ou seja, o fenômeno geológico que forma a rocha ser suficientemente importante na história geológica para se dizer que faz parte da dinâmica da Terra.
As rochas podem ser classificadas de acordo com sua composição química, sua forma estrutural, ou sua textura, sendo mais comum classificá-las de acordo com os processos de sua formação. Pelas suas origens ou maneiras como foram formadas, as rochas são classificadas como ígneas, sedimentares, e rochas metamórficas. As rochas magmáticas foram formadas de magma, as sedimentares pela deposição de sedimentos e posterior compressão destes, e as rochas metamórficas por qualquer uma das primeiras duas categorias e posteriormente modificadas pelos efeitos de temperatura e pressão. Nos casos onde o material orgânico deixa uma impressão na rocha, o resultado é conhecido como fóssil.
Rochas Metamórficas
São formadas pela transformação de rochas pré-existentes por ação do calor, de temperatura e de fluídos.
Metamorfismo é um processo de transformação que afeta tanto composição mineralógica, a estrutura, como a textura das rochas ígneas, sedimentares e mesmo metamórficas. As condições físicas e químicas em que tais transformações acontecem são diferentes tanto daquelas em que a rocha original se formou como das existentes na superfície terrestre. As transformações em altas temperaturas provocam fusões totais ou parciais das rochas, não são admitidas como processo de metamorfismo.
Assim, podemos considerar as rochas metamórficas como produto de transformações de rochas pré-existentes, em condições físico-químicas intermediárias em relação as quais dão origem as rochas ígneas e sedimentares. Como conseqüência, há muitas rochas metamórficas que apresentam características ou de sedimentares ou de ígneas, sendo mais difícil o seu reconhecimento e sua classificação numa análise exclusivamente macroscópia.
Basicamente, dois são os processos principais de metamorfismos possíveis de serem distinguidos: deslocamento mecânico e recristalização química. Quase todas as rochas metamórficas evidenciam a influência conjunta desses dois processos, sendo que as diferenças entre tais rochas residem na maior intensidade de atuação de um ou outro processo.
Dependendo das condições (físicas e/ou químicas) predominantes admitimos a existência de quatro tipos de processos de metamorfismos: cataclástico, termal, dinamotermal e plutônico.
O metamorfismo cataclástico provoca fraturamento nas rochas devido a ação predominante de pressões dirigidas (deslocamento mecânico). Evidentemente, há uma variação razoável na dimensão dos fragmentos resultantes, de acordo com a intensidade de metamorfismo atuante.
No metamorfismo Termal, em que há predominância de temperaturas elevadas ocorre a transformação de rochas encaixantes na parte próxima ao contato com a rocha ígnea intrusiva (magma), que propicia alterações na composição de rocha encaixante. Neste tipo de metamorfismo, são mais acentuados os fenômenos de recristalização.
No metamofismo Dinamotermal, em que predominam pressão dirigidas e temperaturas elevadas (dois fatores condicionantes de grandes modificações na rochas), formam-se novas estruturas a novos minerais. Ocorre principalmente, nas regiões de desdobramento e formação de montanhas.
No metamorfismo Plutônico, em que pressões hidrostáticas e altas temperaturas são predominantes, as rochas tornam-se plásticas e há numerosas mudanças mineralógicas. Os minerais formados nessas condições de pressão e temperatura apresentam alto peso específico e formas equidimensionais.
As variedades de rochas metamórficas mais freqüentes se enquadram nos tipos de metamorfismo dinamortermal e plutônico.
As rochas metamórficas mais comumente empregadas na engenharia
Gnaisse: é uma das rochas mais comumente empregadas em construção com largo emprego em pavimentação na forma de paralelepípedos ou mesmo sub-base de rodovias; é usada também em leitos de ferrovias.
Quatzitos: muito utilizado em lajes, aparelhadas manualmente ou serradas, tanto em fachadas como em pisos, polidos ou não. O uso para tais fins tem sido muito grande, não só pela beleza que apresentam como também pela extraordinária resistência aos desgastes físicos e químicos.
Mármores: é de conhecimento geral a utilização dos mais variados tipos de mármores, tanto em revestimento interiores e exteriores, quanto em pisos e ornamentos. Deve-se considerar que os mármores coloridos e sulcados de veias, geralmente não dão pavimentos duráveis e econômicos, principalmente quando expostos ao tempo; apresentam melhores resultados quando aplicados em revestimentos de paredes. Para uso em pisos, deve-se escolher um tipo de mármores que tenha granulação fina e compacta.
Rochas sedimentares
As rochas sedimentares são o produto de uma cadeia de processos que ocorrem na superfície do planeta e se iniciam pelo intemperismo das rochas expostas à atmosfera.
As rochas intemperisadas perdem sua coesão e passam a ser erodidas e transportadas por diferentes agentes (água, gelo, vento, gravidade), até sua sedimentação em depressões da crosta terrestre, denominadas bacias sedimentares. A transformação dos sedimentos inconsolidados (p. ex. areia) em rochas sedimentares (p. ex. arenito) é denominada diagênese, sendo causada por compactação e cristalização de materiais que cimentam os grãos dos sedimentos.
As rochas sedimentares fornecem importantes informações sobre as variações ambientais ao longo do tempo geológico. Os fósseis, que são vestígios de seres vivos antigos preservados nestas rochas, são a chave para a compreensão da origem e evolução da vida.
A importância econômica das rochas sedimentares está em suas reservas de petróleo, gás natural e carvão mineral, as principais fontes de energia do mundo moderno.
As rochas sedimentares formadas pela acumulação de fragmentos de minerais ou de rochas intemperizadas são denominadas rochas clásticas ou detríticas (p. ex. arenito). Existem também rochas sedimentares formadas pela precipitação de sais a partir de soluções aquosas saturadas (p. ex. evaporito) ou pela atividade de organismos em ambientes marinhos (p. ex. calcário), sendo denominadas rochas não-clásticas ou químicas.
Rochas ígneas ou Magmáticas
As rochas ígneas (do latim ignis, fogo), também conhecidas como rochas magmáticas, são formadas pela solidificação (cristalização) de um magma, que é um líquido com alta temperatura, em torno de 700 a 1200oC, proveniente do interior da Terra.
As rochas ígneas podem conter jazidas de vários metais (p. ex. ouro, platina, cobre, estanho) e trazem à superfície do planeta importantes informações sobre as regiões profundas da crosta e do manto terrestre.
O tamanho dos cristais das rochas ígneas é, em geral, proporcional ao tempo de resfriamento do magma, isto é, quanto mais lenta for a cristalização de um magma, maiores são os cristais formados e vice-versa.
Magmas cristalizados a grandes profundidades no interior da crosta esfriam lentamente, possibilitando que seus cristais se desenvolvam até atingir tamanhos visíveis a olho nu (>> 1 mm). Rochas ígneas deste tipo são denominadas rochas plutônicas (p. ex. granito).
Nos vulcões, o magma (lava) atinge a superfície da crosta e entra em contato com a temperatura ambiente, resfriando-se muito rapidamente. Como a solificação é praticamente instantânea, os cristais não têm tempo para se desenvolver, sendo portanto muito pequenos, invisíveis a olho nu (<<1mm). Rochas deste tipo são denominadas rochas vulcânicas (p. ex. basalto).
Quando o magma se cristaliza muito próximo à superfície, mas ainda no interior da crosta, o resfriamento é um pouco mais lento que o das rochas vulcânicas, permitindo que os cristais sejam visíveis a olho nu, embora ainda de tamanho pequeno (~1mm). Rochas deste tipo são denominadas rochas sub-vulcânicas (p. ex. diabásio).
Referências:
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