UNIGUAÇU
– UNIÃO DE ENSINO SUPERIOR DO IGUAÇU LTDA.
FAESI –
FACULDADE DE ENSINO SUPERIO DE SÃO MIGUEL DO IGUAÇU
ISE –
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO
CURSO DE
GEOGRAFIA SEXTO PERÍODO
Sensoriamento
Remoto Aplicado ao Ensino de Geografia
NOÇÕES
BÁSICAS SOBRE SOLO E SUA INTERAÇÃO COM A RADIAÇÃO SOLAR.
ALESSANDRA
DALMAS
ANDERSON
JOSÉ BENDER
BRUNA
FABIANA LUNARDI
GESSICA
ALESSANDRA PEREIRA
Trabalho de graduação
apresentado à disciplina de Sensoriamento Remoto Aplicado ao Ensino de
Geografia da Faculdade de Ensino Superior de São Miguel do Iguaçu, sob
orientação da Professora Vanessa flores Oliveira.
SÃO
MIGUEL DO IGUAÇU
2012
Vivemos
num mundo onde podemos encontrar os mais diversos recursos naturais, e dentro
desse contexto de exploração, o mundo foi evoluindo e inúmeras tecnologias
vieram a surgir. Baseando-se nesse fator, podemos citar como exemplo o
sensoriamento remoto que é o conjunto de técnicas que possibilita a obtenção de
informações sobre alvos na superfície terrestre e que coleta dados do mundo de
uma forma panorâmica através do registro da interação da radiação
eletromagnética com a superfície, realizado por sensores distantes, ou remotos.
Para
esse contexto se tornar prático foi necessário o desenvolvimento de inúmeras
pesquisas e desenvolvimentos tecnológicos. No entanto, precisou-se
primeiramente estudar a fundo todos os recursos naturais e a partir deles
observar a reação que cada um exerceu no senário tecnológico do sensoriamento
remoto focando fatores específicos do solo, rochas, atmosfera, clima,
vegetação, entre outros elementos que em nível de sensoriamento remoto geram os
mais diversos sistemas de energia que são absorvidos por satélite e
consequentemente geram imagens que servem para gerar mapas e desenvolver
projetos que visam colaborar com os benefícios da população humana.
Para
se compreender essa forma de analise é preciso partir dos mais diferentes
pontos para entender a fundo o contexto e as etapas desse processo tecnológico
como podemos ver a seguir neste resumo.
Noções Básicas sobre o solo e sua
Interação com a Radiação Solar
O
solo pode ser definido como um corpo natural da superfície terrestre cujas
propriedades são derivadas aos efeitos integrados do clima e dos organismos
vivos (plantas e animais), sobre o material de origem, condicionado pelo relevo
durante um período de tempo.
Como
corpo natural, cada solo ocupa um espaço tridimensional e está rodeado por
outros solos com propriedades diferentes. O solo pode ser entendido como uma
mistura de compostos minerais e orgânicos da superfície da Terra que serve de
substrato para o crescimento das plantas, isso do ponto de vista agrícola.
E
através do Sensoriamento Remoto que fazemos e levantamento e reconhecimento dos
solos.
Origem dos Solos
As
rochas litosfera, quando expostas a atmosfera, ficam submetidas a ação direta
do calor do sol, das aguas das chuvas e das variedades da pressão atmosférica,
causando, inúmeras modificações no aspecto físico e na composição química dos
minerais que as compõe. A estes processos dá-se o nome de intemperismo, ou
meteorizarão, que é o responsável pela formação do material que dá origem ao
solo, chamado regolito. O Intemperismo físico acontece porque os minerais que
compõem a rocha possuem coeficientes de dilatação diferentes. Com a exposição a
radiação solar e as variações na pressão atmosférica, alguns minerais dilatam
mais que outros e, nesse processo de dilatação e contração, há o aparecimento de
rachaduras, abrindo o caminho para os agentes causadores do intemperismo
químico.
Nem
todos os minerais que compõem a rocha têm a mesma facilidade de serem intemperados,
pois alguns são mais resistentes do que os outros.
Além
dos fatores de formação do solo, há também os fatores pedogenéticos: adição,
transformação, perdas e transportes. Embora o ser humano faça parte dos
organismos vivo, Primavest (1981) coloca-o como sendo o sexto fator da formação
do solo. Dos elementos do clima destacam-se a temperatura e a precipitação
pluviométrica. O calor do sol e as aguas das chuvas atuam desde a desintegração
da rocha ate a formação do solo. A razão disso é a maior ou menor decomposição
da rocha e a velocidade das reações químicas, que são maiores nos climas mais
quentes.
É
importante ressaltar a distinção entre o clima atmosférico e clima do solo, não
obstante haja entre eles estreitas relações. Em uma mesma área fisiográfica
podem ocorrer condições particulares que determinam variações no clima e do
solo.
A
agua que cai sobre um solo e não se evapora tem apenas dois caminhos a seguir:
penetrar no solo ou escorrer pela superfície.
Com
relação à idade dos solos, na pedologia há dois termos que são comumente
empregados e que têm significados diferentes: idade e maturidade do solo. A
idade refere-se ao tempo cronológico, enquanto a maturidade diz respeito à
evolução do solo. Alguns solos podem apresentar idades absolutas relativamente
pequenas e serem bem mais maduros que os outros com idades maiores. Essa diferença é importante para a pedologia
porque, diante da dificuldade de conhecer a idade de um solo os pedólogos
buscam o entendimento pelo recurso da maturidade.
Composição do Solo
Considera-se
que o solo é composto de quatro constituintes principais: partículas minerais,
materiais orgânicos, água e ar, que, numa condição ideal, guardam uma relação
percentual aproximada de 46; 4; 25; e 25, respectivamente. Esta caracterização
serve para dar uma ideia do que se pode encontrar num determinado solo, pois,
devido ação de agentes externos, esses componentes podem ocorrer em
concentrações muito diferentes dessas. Água e ar não fazem parte do solo, estão
nele porque encontraram uma condição (poros) que permite sua permanência no
meio. Porém para o Sensoriamento Remoto tudo que faz parte de sua composição esta
influenciado por este complexo.
Constituintes Minerais
As
partículas minerais do solo podem ser classificadas, quanto a sua origem, em
dois tipos: minerais primários, remanescentes da rocha que deu origem ao solo;
e minerais secundários, formandos pela decomposição dos minerais primários. Os
minerais primários são mais resistentes à ação do intemperismo químico,
permanecem mais tempo no solo, mantendo sua composição original; os secundários
são mais suscetíveis às alterações.
Material Orgânico
O
teor de matéria orgânica do solo e bastante reduzido quando comparado ao de
material mineral. Sua influencia nas propriedades do solo e consequentemente,
no crescimento vegetal tem grande importância apesar do baixo valor do teor que
leva a crer o contrário. A proporção de matéria orgânica varia entre os
diferentes tipos de solos. Por exemplo, em solos arenosos desérticos a matéria
orgânica chega a 0,5%.
Água do Solo
A
água do solo consiste de uma solução contendo vários eletrólitos e outros
componentes. Alguns autores consideram como água do solo a quantidade que fica
fortemente retida nos colides.
A
água penetra nos solos através dos poros, que nada mais são do que o resultado
do arranjo das frações granulométricas, agregadas por agentes cimentantes,
De
acordo com o conteúdo e a natureza de retenção de umidade, reconhecem-se três
estados de solo: molhado, úmido e seco.
Solos
arenosos e com pouco húmus tem menor capacidade de reter água do que os solos
argilosos ricos em húmus;
Nem
todos os solos tem a mesma capacidade de reter água, variando em função de
diversas características, como textura, estrutura e conteúdo de matéria
orgânica.
Ar e Solo
Os
espaços porosos do solo não preenchidos pela água são ocupados por ar. O ar do
solo possui uma composição variável, em função da proximidade da fonte de um
determinado gás. O conteúdo de oxigênio no ar do solo é menor do que no ar
atmosférico. A capacidade de retenção de ar no solo pode ser aumentada pela
adição de matéria orgânica, cinzas ou areia, principalmente em solos arenosos.
Com relação as estacoes do ano, na primavera e no outubro a quantidade de ar no
solo é maior devido ao aumento da atuação bacteriana nestas estações.
Tipos de solo
Latossolo:
São solos minerais de cor vermelha, alaranjada ou amarela. Uma característica
muito importante é a sua profundidade, a porosidade. Por causa da quantidade de
poros torna o solo permeabilizante, mesmo quando os teores de argila são
elevados.
Latossolo
Vermelho – Amarelo: São profundos e muito profundos, possuem óxido de ferro em
mais ou menos 11%. Normalmente esse tipo de solo é poroso, mesmo com teores
altos de argila. A sua textura varia, há registro de teores de argila de 15% a
mais de 80%. No Brasil ocorrem em todo o território, sendo mais expressivos em
alguns lugares e menos em outros.
Latossolo
Amarelo: Se deriva de sedimentos arenosos, variando sua textura de
franco-arenosa até muito argilosa. Esse tipo de solo é duro ou muito duro,
quimicamente pobres . Possuem uma coloração amarela. O Latossolo amarelo ocorre
em relevo plano, são muito profundos, com boa drenagem.
Latossolo
Variação Una: Essa classe foi criada para abrigar os latossolos com médios a
altos teores de ferro, com cores amareladas e alaranjadas, os quais não se
encontram nos demais latossolos.
Latossolo:
Podem ser vermelho, alaranjado ou amarelo. Possui uma grande característica que
é a profundidade e a porosidade, que proporciona a estes solos uma alta
permeabilidade. Esse tipo de solo é formado em clima quente e úmido, o que os
tornam envelhecidos, estáveis e intemperizados.
Latossolo
Ferrífico: (Latossolos Vermelhos Perférricos) A sua coloração é vermeho-violáceo,
com textura argilosa e muito argilosa. São muito pobres quimicamente.
Latossolo
Roxo: Tem coloração vermelho-escura, derivado de rochas básicas. São bastante
porosos, argilosos e muito argilosos. Possuem um grande significado agrícola.
Latossolo
vermelho-Escuro: Sua coloração é vermelho-escura, sua textura é argilosa e
muito argilosa. É um tipo de solo muito profundo e bem drenado. Ocupam grandes
extensões do território brasileiro, em condições de relevo pouco movimentado, e
por isso constituem uma das classes mais importantes de solos.
Latossolo
Bruno: Não hidromórficos. Argilosos e muito argilosos. Seu teor de acido de
ferro é bastante elevado. Os latossolos Bruno se desenvolvem em planaltos
cerranos, com altitude acima de 800 metros.
Terra
Roxa Estruturada: (Argissolo, Nitrossolo) Tem coloração vermelha-escura,
argilosa e muito argilosa, com teores de oxido de ferro relativamente elevados,
apesar de ser bastante argiloso, esse tipo de solo é poroso. É encontrado em
extensas áreas de planalto.
Podzólico
Vermelho-Amarelo: (Luvissolo, Alissolo, Argissolo, Nitrossolo) È um solo
mineral de cor vermelha a amarelada, são bastante variados em textura e
profundidade. Tem vários interesses agrônomos, como a profundidade, textura,
atividade da argila, entre outros.
Solos
orgânicos: (Organossolos) Solos de constituição orgânica, de ocorrência em
ambientes hidromórficos, exceto se drenados. Nos primeiros 40 cm da superfície
observa-se duas camadas de constituição orgânica. Sua coloração é escura.
Glei
Húmico e Glei Pouco Húmido: (Gleissolos) Essas duas classes se caracterizam
pela presença de material orgânico na superfície, mas diferem da classe dos
solos orgânicos. São classificados por solos minerais. Possuem limitações no
uso agrícola, por causa do lençol freático e riscos de inundação.
Interação
da radiação eletromagnética com os solos
A
interação de a radiação eletromagnética dá-se microscopicamente. Toda matéria
existente no universo é constituída de moléculas e que por sua vez são
compostas por dois ou mais átomos de elementos químicos.
Transição intra-atômica
Existem
os “terras raras “são elementos de ocorrência muito limitada nos solos por isso
exercem pouca influência na absorção da radiação eletromagnética entre todos os
elementos o mais comum que encontramos é o ferro normalmente no latossolos.
Transferência de carga ou transição
inter elementos
Refere-se
pelo processo pelo qual a energia é absorvida pela transferência de elétrons
entre íons adjacentes isto é nas ligações químicas para formar um composto como
o cloreto de sódio .no solo segundo Epiphânio os et al. (1992) os processos de
transferência de cargas são postas em evidência pelo aumento progressivo da
intensidade da reflectância do visível em direção ao infravermelho.
Transição
de banda de valência á banda de transição
Nos
metais há níveis de energia ou camadas vazias e próximos uns dos outros ,isso
se faz por fornecimento de energia.nos elementos semicondutores, entre os quais
alguns óxidos metálicos como a magnetita e a ilmenita as bandas completas com
elétrons e as vazias são separadas poe certo intervalo de nível energético,
esse intervalo ,com nívelde energia inferior ao do visível e do infravermelho é
o responsável por bandas intensas de absorção metálica ao longo do espectro
eletromagnético.
Absorção de origem molecular
A
absorção da energia eletromagnética pode
ser de origem atômico ou molecular ela provoca o fenômeno de vibração da
molécula ,essa vibração consiste em oscilação de átomos de moléculas e também
de seu centro de equilíbrio a energia necessária para este fenômeno situa-se na
região espectral do infravermelho médio. As vibrações de grupos são frequentes
nos solos são bons exemplos de absorção de origem molecular.
Parâmetros que influenciam a refletância
dos solos
Os
parâmetros do solo que influenciam a radiação refletida da superfície são
vários, o mais importante os óxidos de ferro , a umidade a matéria orgânica a
granulometria , a mineralogia da argila e o material de origem, a cor do
solo a capacidade de troca catiônica de
drenagem interna do solo a temperatura a
localização entre outros. A quantidade de energia refletida por determinado
tipo de solo é função de todos esses fatores que se encontram no solo.
Óxido de Ferro
No
sensoriamento remoto a refletância espectral dos solos pode ser usada na
identificação de solos que contém diferentes óxidos de ferro, a quantidade de
energia absorvida depende da quantidade de óxido de Ferro, os solos contendo
maiores teores de óxidos de ferro como os Latossolos ferríferos e o as
Latossolos roxos , os espectros de energia refletida principalmente na região
do infravermelho próximo ,são bastante
atenuados em razão da presença deles , que as influências dos demais
parâmetros do solo.
De
acordo com a descrição das classes o Latossolo Ferrífero e o latossolo Roxo
possuem altos teores de óxidos de ferro e coloração bastante semelhante. É
preciso, porém estar atento a amplitude de variação de óxido de ferro que é
muito grande podendo ocorrer caos em que os dois tipos de solos apresentem
valores semelhantes.
Segundo
Montgomery (1976) observou que o teor de óxido de ferro livre no solo foi
significativo na reflectância tanto no visível como no infravermelho e que a
significância tanto no visível aumentou com o aumento do comprimento da onda.
Matéria orgânica
A
composição e o conteúdo de matéria orgânica no solo são reconhecidamente
fatores de forte influência sobre a reflectância dos solos. Á medida que o teor de matéria orgânica aumenta a
reflectância do solo decresce no intervalo de comprimento da onda.
Rugosidade e formação de crosta
superficial
Logo
nas primeiras pesquisas o sensoriamento remoto em solos, foi possível
reconhecer a presença de formação de crostas superficiais em áreas desnudas
pala diferença no comportamento espectral dessas áreas em relação ás adjacentes
do mesmo tipo de solo. A formação da crosta faz com que os solos úmidos
apresentem um comportamento espectral de solo seco. Durante asa fases de
interpretação dos dados de satélite e de fotografias aéreas os autores notaram
que cetas aéreas preparadas para plantio apresentam nos dados do lantsat-3 dois
tons de cinza bastante distinto :um bem escuro proveniente da maior absorção da
radiação nesta faixa pela presença de óxido de ferro e outro mais claro embora
fosse o mesmo solo após a verificação de campo constataram a presença de
crostas no solo exatamente onde a tonalidade de cinza era mais clara, neste
caso a formação de crosta estava
associada á diferença de tempo entre o preparo do solo nestas áreas e o período
de coleta dos dados do satélite.
Umidade do solo
Quando
o solo é molhado sua coloração torna-se mais escura .isto porque ocorre a
absorção da radiação eletromagnética aumenta devido á presença da água, fazendo
com que a reflectância do solo decresça na região do visível e do infravermelho
próximo ao espectro eletromagnético quando comparado o seu estado seco.
Distribuição dos tamanhos de
partícula
Os
solos são formados por partículas de diferentes tamanhos a caracterização
textual se um solo é feita em função das frações areia,silte e argila, nota-se
que cada uma dessas frações pode estar no solo em diferentes tamanhos
compreendidos neste intervalos. Assim um solo pode apresentar reflectância
espectral diferentes de outro da mesma classe por dois motivos; concentração e
tamanhos das partículas que compõem esses solos.
Portanto
nota-se que cada constituinte do solo interage com a radiação eletromagnética
diferentemente do outro. No entanto é sempre bom relembrar que o solo esses
minerais não ocorrem isoladamente e sim formando o complexo de solo.
Considerações
finais
Com
base resumo descrito pode-se entender que o Sensoriamento Remoto
é uma forma de mapeamento dos objetos e fatos geográficos sem o contato direto
com eles, e corresponde a um dos principais recursos tecnológicos utilizados
pela cartografia moderna em termos de mapeamento e ainda destaca, que os
recursos naturais do planeta Terra são essenciais para obtermos o resultado
final desse processo devido a refletância dos mesmos, que pode ser simplificado
através dos tipos de solos encontrados, matas, minerais entre outros. Ainda
nesse mesmo ponto podemos analisar as interferências que ocorrem através da
umidade, dias chuvosos, nublados ou fatos de radiação solar, ou seja, tudo
influencia no Sensoriamento Remoto, por isso que é fundamental conhecermos
todas essas bases terrestres para podermos realmente entender a fundo o que vem
a ser o sensoriamento remoto e suas aplicações.
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