Diversas
informações necessárias a um pleno conhecimento do território são espacialmente
distribuídas. Sem um amplo conhecimento destas é extremamente difícil para a
administração pública realizar um adequado planejamento. Nesse contexto, o uso
de Sistemas de Informações Geográficos (SIG) tem se apresentado bastante eficaz
para possibilitar aos gestores uma visão mais completa sobre os municípios e
auxiliando nas tomadas de decisões.
O
Brasil tem mais de 5 mil municípios, de diversas extensões territoriais.
Administrá-los é uma tarefa complexa, pois se deve suprir ao máximo às
necessidades da população, seja em educação, seja em saúde, seja em transporte,
etc.
Para
KOHLSDORF (1985), o Planejamento Urbano possui dois fatores cruciais no modo de
pensar e agir sobre a cidade. O primeiro é assumir a cidade como um processo
contínuo. O planejamento, dentro dessa concepção, é entendido como um
processo-subsídio a tomadas de decisões que têm a função de transformar a
cidade de acordo com objetivos pré-estabelecidos. O segundo é a entrada em cena
de contribuições vindas de outras disciplinas, tais como a sociologia, a
geografia e a economia. Assim o Planejamento Urbano assumiu característica
multidisciplinar ao longo do tempo.
O
planejamento da intervenção estatal nas aglomerações urbanas através de órgãos
de governo locais é chamado Planejamento Urbano, como abordado no site da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
As
principais áreas de atuação do Estado nessas aglomerações urbanas são a
provisão de infra-estrutura e a regulação do uso do espaço, visando o
atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à
injustiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas, conforme o
Estatuto da Cidade.
O monitoramento da expansão das áreas urbanas e a análise da
sua interação com o meio físico têm sido um grande desafio para os técnicos de
planejamento urbano. No Brasil, em especial, dada a velocidade com que o
fenômeno se processa e graças a um crescimento desordenado das cidades nas
últimas décadas, esses estudos, que envolvem um elevado número de informações,
tem exigido decisões e diagnósticos urbanos cada vez mais rápidos. Esta
dissertação propõe uma metodologia para o planejamento racional do uso do solo
urbano através do emprego integrado de tecnologias recentes como Sistema de
Informações Geográficas (SIG), Modelagem Numérica do Terreno (MNT) e
Sensoriamento Remoto através de imagens orbitais. Para isso, são implementados
no SIG desenvolvido pelo INPE dados provenientes de cartas topográficas, de
mapas temáticos do meio físico e de imagens orbitais LANSAT/TM da região
estudada. A partir desses dados iniciais são geradas, também num SIG, outras
informações com objetivo de estudar a evolução da área urbana, identificar
áreas com suscetibilidade preliminar à erosão laminar, áreas com restrição ao
uso urbano e áreas de eventos perigosos e riscos. o trabalho apresenta
inicialmente uma revisão bibliográfica sobre a aplicação de Sensoriamento Remoto,
Modelagem Numérica do Terreno (MNT) e Sistema de Informações Geográficas (SIG)
em estudos urbanos. Segue-se a conceituação e aspectos teóricos dessas três
ferramentas básicas utilizadas. A metodologia propriamente dita traz os planos
de informações originais e as suas respectivas fontes de informações, os
processos de classificação de imagens digitais empregados e os modelos de
cruzamentos desenvolvidos para um SIG. A área teste escolhida é a sub-bacia do
Arroio Feijó, localizada na região metropolitana de Porto Alegre, na porção
centro-leste do Estado do Rio Grande do Sul. A região é caracterizada por uma
elevada densidade populacional, pela presença de áreas inundáveis e pela ocorrência
de processos erosivos.
Os resultados mostram que a
metodologia proposta é adequada e eficiente para agilizar as atividades de
planejamento urbano, subsidiando a elaboração de Planos Diretores de
Desenvolvimento Integrado e orientando o crescimento das cidades para regiões
mais favoráveis. Além disso, contribui para a prevenção de parcela dos riscos e
problemas geotécnicos relacionados ao meio físico nas áreas urbanas.
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