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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Artigo sobre relações geopolíticas

AS RELAÇÕES GEOPOLÍTICAS ENTRE ARGENTINA E BRASIL

BENDER, Anderson José¹.
MARASCA, Ricardo Cirino².
FERREIRA, Graziele³.

RESUMO
O presente artigo busca repassar informações sobre as relações geopolíticas entre Argentina e Brasil. As duas nações se assemelham muito e, desde o início de sua colonização passaram por vários momentos que se tornaram históricos. No princípio, viviam na hostilidade e, portanto, muitas guerras e revoltas foram realizadas entre si o que levou ambos a gerarem muitas dividas externas. Pouco antes da criação do Mercosul, as hostilidades entre os dois países, foi dando lugar a uma maior diplomacia e, com a efetivação do Mercosul a situação melhorou e vários acordos foram firmados entre si, desenvolvendo estratégias conjuntas principalmente nas áreas de fronteira visando melhorias na educação, cultura e economia, gerando intercâmbios para melhorar a relação e suas ações, visando desenvolver as mesmas para se destacar de maneira mais ampla no cenário internacional. Entretanto mesmo com toda essa abrangência os dois países parecem não ter esquecido a “rivalidade” e, nas fases dos “altos e baixos”, mas de forma pacífica um pressiona o outro a fim de evitar decisões precipitadas que possam prejudicar a balança comercial de ambos, visando uma melhor contribuição com o bloco comercial.

Palavras chave: Economia – Relações – Nações – Acordos – Aspectos.

RESUMEN
Este artículo trata de transmitir informaciones sobre las relaciones geopolíticas entre Argentina y Brasil. Las dos naciones son muy similares, y desde el comienzo de su colonización han sufrido varios momentos que se han convertido históricamente. Al principio, vivieron en la hostilidad y por lo tanto muchas guerras y revueltas se hicieron entre sí y, que los llevó  a generar muchas deudas externas. Poco antes de la creación del Mercosur, las hostilidades entre los dos países, fueran dando paso a una mayor diplomacia y con la realización de Mercosur, la situación mejoró y, se firmaron varios acuerdos con los demás, el desarrollo de estrategias conjuntas, especialmente en las zonas fronterizas para la mejora de la educación, la cultura y la economía, generando intercambios para mejorar la relación y sus acciones para el desarrollo de la misma a destacar de manera más amplia en el ámbito internacional. Pero aún con todo esta cobertura, los dos países parecen continuar con la "rivalidad" y, en las fases de subidas y bajadas, pero pacíficamente, presionando entre sí para evitar decisiones precipitadas que puedan afectar y perjudicar a la balanza comercial de los dos,  con el objetivo de mejorar para la  mejor contribución al bloque comercial.

Palabras clave: Economía - Relaciones - Naciones Unidas - Acuerdos - Aspectos.

¹ Formado no curso Formação de Docentes (2008) pelo Colégio Estadual Padre Eduardo Michelis de Missal – PR: CEPEM e atualmente acadêmico do 7° período de geografia (licenciatura) da UNIGUAÇU – FAESI de São Miguel do Iguaçu – PR. E-mail: anderson_josebender@hotmail.com
² Formado no ensino médio (2001) pelo Colégio São Luís Razão de Foz do Iguaçu – PR: e atualmente acadêmico do 7° período de geografia (licenciatura) da UNIGUAÇU – FAESI de São Miguel do Iguaçu – PR. E-mail: ricardo_marasca@hotmail.com
³ Professora orientadora da UNIGUAÇU – FAESI de São Miguel do Iguaçu – PR. E-mail: grazieleferre@hotmail.com
  

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como tema, discutir as relações geopolíticas entre Argentina e Brasil, objetivando-se em analisar as questões que envolvem especificamente os aspectos políticos e econômicos, que comandam as “discussões” de ambas as nações, sendo uma ligada à outra.
 De acordo com informações das enciclopédias digitais, os dois países somam juntos, em torno de 63% da área sul americana, 60% da população e 61% do PIB, sendo o Brasil um dos maiores aliados da Argentina na questão comercial e vice versa.
Desde o período histórico, os laços entre os dois países sempre estiveram ligados, tanto em caráter hostil ou não. Lutaram em lados opostos em diferentes guerras e, formaram relações opostas em fóruns internacionais. Um independente da Espanha e o outro de Portugal no início do século XIX herdaram muitas disputas e, muitas delas de certa forma não foram resolvidas, mas, que foi definida pela pacificação aberta na maior parte dos séculos XIX e XX.
Atualmente, a convergência diplomática substituiu a disputa e, desde os anos 1980 gerou uma aproximação entre as duas nações que se intensificaram com a criação do MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) que, gerou entre ambas, uma intensificação nas trocas comerciais e também, um aumento no fluxo migratório entre os dois países, não que não houvesse antes, mas, após a criação de livre comércio essas ações aumentaram, com o objetivo de juntas, inserirem a América do Sul no mapa do desenvolvimento mundial, destacando-se ainda mais com a criação da Agência Brasileiro – Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares.
Atualmente, a Argentina vem se apresentando para o Brasil, como prioridade absoluta na política externa brasileira, sendo o país vizinho, de interesse vital para os brasileiros segundo, investigação da comunidade de política externa brasileira, como aponta Roberto Bouzas.
 [...] Una investigación reciente entre la comunidad de política externa brasileña identificó a la Argentina como uno de tres países en los que “Brasil tiene un interés vital”. De igual modo, la opinión mayoritaria en una encuesta realizada en la Argentina colocó a Brasil el segundo lugar en una lista de socios con los que la Argentina debería mantener las “relaciones más firmes y estrechas. BOUZAS (2009 p.1)

Para desenvolver o tema proposto buscou-se realizar, pesquisas bibliográficas que se apresentam através de sustentação teórica a partir de dados e teses, dissertações e órgãos do governo como os do OBSERVATORIO ECONÓMICO DE LA RED MERCOSUR, IBGE. Para complementar a pesquisa usou-se ainda de observação em mapas, pesquisas in loco e, viagens à fronteira a fim de embasar o assunto de forma clara e objetiva, sendo que estas pesquisas são consideradas suficientes para alcançar os objetivos do artigo que são os de analisar as questões geopolíticas entre as duas nações.

2  FATORES SÓCIOS – POLÍTICOS SEMELHANTES ENTRE ARGENTINA E BRASIL
Perante o cenário internacional, Argentina e Brasil ocupam posições parecidas, pois, de certa maneira encontram dificuldades para competir com as grandes nações desenvolvidas que compõe a esfera mundial. As comparações entre os dois países se dão desde os tempos históricos, começando pela formação territorial onde, o Brasil se redesenha primeiro pelo resultado do Tratado de Madri em 1750 e pouco depois, a Argentina começou a se redesenhar a partir da criação do vice-reinado do Prata, em 1778. Na época, a única diferença foi que uma nação partiu das lutas espanholas no caso a Argentina e a outra das lutas portuguesas no caso o Brasil.
Com o passar dos tempos, as duas nações foram evoluindo, mas, encontravam barreiras dentro desse processo, pois, eram subpovoadas, ou seja, possuíam uma população muito baixa, tendo um grande espaço territorial disponível por habitante que fez com que se abrissem espaços para as imigrações deixando o Brasil em vantagem perante a Argentina, pois, a população brasileira teve maior crescimento que a da argentina.
Entretanto, a diferença numérica da população, não significou que a população brasileira estivesse também mais evoluída que a população argentina, pois, no Brasil não havia uma inclusão social, já na Argentina esse processo era bem mais dinâmico, pois, eram mais livres e de maior participação política.

A inferioridade numérica da população argentina em relação ao Brasil, era um pouco compensada em função de sua maior inclusão social, em detrimento da população ser majoritariamente livre, mais mobilizada e com maior grau de envolvimento nas estruturas estatais e na atividade política.  CARVALHO (2008 p.15)

Outro fator que assemelha muito as duas nações em pauta são os fatores econômicos, pois, tanto a Argentina, quanto o Brasil foram muitas vezes perseguidos por crises econômicas como em destaque à crise de 1870. Porém, na época a Argentina se sobressaiu primeiro devidos aos altos ganhos nos lucros internacionais através da agropecuária já o Brasil, estava encurralado no baixo preço do café que na ocasião era a sua principal renda econômica.
Essa época não significou a falência do Brasil e nem, o desenvolvimento econômico da Argentina, porém ambos novamente se assemelham, pois, concluíram o século em crise como aponta Carvalho (2008) “Ambos os países finalizaram o século XIX com crises, no Brasil, sobretudo política e na Argentina, sobretudo econômica”.
As crises em questão, que acompanharam ambos os países em boa parte do tempo, colocaram os mesmos em dividas tanto externas quanto internas, pois, sempre que se sentiam “encurralados”, recorriam a empréstimos para tentar reequilibras suas economias que se tornavam sempre muito abaladas.
Argentina e Brasil ficam mais uma vez em igualdade, quando se unem para derrubar o general paraguaio Solano Lopes na guerra do Paraguai. Na época, a guerra foi financiada pela Inglaterra, pois a mesma estava insatisfeita com as atitudes do general paraguaio e não hesitou em dar “total apoio” para a Argentina e o Brasil, como afirma Carvalho (2008) “A Inglaterra insatisfeita com a postura de Lopez, financiou o Brasil e a Argentina contra o mesmo, que acabou iniciando uma ação hostil contra seus vizinhos”.
Outro detalhe menos observado, mas, de certa forma importante e preocupante, é o fato da corrupção entre ambos os países ser muito semelhante. Assim como no Brasil, o período eleitoral argentino é dotado de falsas promessas que visam iludir o povo humilde e sofrido. Grande parte dos políticos argentinos busca contratar publicitários brasileiros para realizar suas propagandas o que, faz com que muitos se perguntem, qual seria o interesse real disso? A resposta é simples, assim como o Brasil, a Argentina é um país subdesenvolvido querendo emergir, fato esse, que acaba trazendo investidores e, de certa forma, faz gerar um grande capital econômico que precisa passar por licitações e aprovações o que, desperta o apetite político de muitos, não em benefício do povo, mas sim, em benefício próprio com o objetivo de enriquecimento fácil as custa da nação em geral.

2.1 RELAÇÕES FRONTEIRIÇAS ENTRE ARGENTINA E BRASIL

Dentro dos fatores geopolíticos entre Argentina e Brasil, tem-se a questão de fronteira, que surge nas Cataratas do Iguaçu, que estão localizadas no município de Foz do Iguaçu no Paraná, seguindo os percursos do Rio Iguaçu, Rio Santo Antônio, Rio Pepirí Guassu e Rio Uruguai até a foz do Rio Quaraí, tendo aproximadamente, 1236 km de extensão.
Durante toda essa extensão fronteiriça entre os países têm-se cidades praticamente integradas uma na outra, separadas apenas por uma rua como é o caso de Barracão no Paraná e Dionísio Cerqueira em Santa Catarina. As duas cidades fazem fronteira com o município de Bernardo Irigoyen da província de Missiones na Argentina e, ambas encontram-se separadas apenas por uma rua, como pode-se observar na figura 1 a seguir:

FIGURA 1:
Localização da fronteira seca entre Argentina e Brasil
 

Fonte: https://maps.google.com.br/maps?hl=pt-BR&tab=wl


Visitando a cidade, é fácil de identificar que há um grande fluxo de pessoas de ambas as nacionalidades que circulam livremente de um lado a outro, tanto a turismo como a trabalho, gerando de certa forma uma “nova” região exclusiva e homogênea, mas, provida de duas nacionalidades e três culturas distintas mas, que de certa forma se consideram um único povo com os mesmo costumes locais.
Na questão comercial entre ambos, as moedas são aceitas sem a necessidade de câmbio e, em muitos comércios é possível encontrar os valores calculados tanto em real moeda brasileira quanto em peso moeda argentina. 
Esses fatores que unem as cidades de fronteira entre Argentina e Brasil, são consideradas estratégias conjuntas que permitem várias alternativas tanto na área educacional como na área comercial. Visando essas estratégias, e o livre acesso entre os povos locais de fronteira, fortaleceram-se ainda mais os laços diplomáticos, fazendo surgir novos acordos que se destinaram muito na área cultural e educacional como o entendimento doutoral entre os dois países que autoriza o conhecimento mutuo dos títulos de doutorado, favorecendo o intercâmbio de estudantes entre universidades argentinas e brasileiras e também, a declaração de Buenos Aires que incentiva a criação de programas conjuntos de traduções de livros e a troca de experiências nas áreas acadêmicas e de gestão pública.
Essas ações vistas têm por objetivo criar um grande contexto de desenvolvimento, melhorando a qualidade de vida local, resolvendo problemas existentes e facilitando a vida da população em geral. Tudo isso, está fundamentado no MERCOSUL que tem em suas vertentes essas ações de desenvolvimento econômico, político e social.

Diversos são os fatores que levam as nações a associarem-se em blocos regionais mas, principalmente, referem-se a motivos econômicos e políticos. Os elementos que as integram visam ao aprofundamento de um projeto conjunto por meio da resolução de problemas e diferenças no contexto que as cerca. No plano fronteiriço pesquisado, a integração encerra grandes expectativas, uma vez que, as ações perpetradas por estas cidades de fronteira se apresentam como uma importante opção ao desenvolvimento econômico e social de suas regiões. CORRÊIA et al (2007 p.4)
 
Todas essas ações se ramificam por toda a fronteira entre Argentina e Brasil e algumas se destacam mais como o caso da tríplice fronteira que envolve Argentina, Brasil e Paraguai como pode – se observar Na figura 2 a seguir.

FIGURA 2:
Localização da fronteira entre Argentina e Brasil
 

Fonte: https://www.google.com.br/maps/ms?ie=UTF8&oe=UTF8&msa=0&msid=214270592339966465662.0004c3754758007a66778



Nessa região temos uma das maiores concentrações de povos existentes e, é onde se concentra um grande fluxo de entrada e saída de produtos. Outro fator que deixa a região muito conhecida e divulgada são os grandes atrativos turísticos que englobam tanto o lado brasileiro como o paraguaio e argentino, nesse sentido pode-se destacar as belezas naturais existente no município de Foz do Iguaçu, como as Cataratas do Iguaçu, o parque nacional entre outros e, no lado paraguaio, o grande fluxo de compristas que buscam baixos preços e produtos diversificados. Um somado ao outro, têm-se a Argentina próximo que oferece também grande atrativo turístico como, o outro lado das Cataratas do Iguaçu, museu de imagens da selva entre outros.  

 
2.2 RELAÇÕES ECONÔMICAS NO EIXO ARGENTINA – BRASIL

Muitos acordos entre Argentina e Brasil foram assinados, com objetivo de promover maior giro comercial e, maior envolvimento de relações sociais e diplomáticas. Dentre todos os acordos se destacam alguns como, o Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento com o objetivo de consolidar uma área de livre comércio, que foi fortificada com o MERCOSUL, destacando bens de capital como, trigo, produtos alimentícios industrializados, indústria automotriz, cooperação nuclear, transporte marítimo e terrestre. Seguindo em destaque, tem-se ainda o acordo da liberação automotiva que prevê o livre comércio de peças e automóveis com efetivo de tornar o eixo entre as duas nações a quinta maior indústria automotiva do mundo.
A junção comercial entre as duas nações evoluiu e muito a partir da criação do MERCOSUL, fazendo com que as mesmas, se tornassem grandes estabilizadores do continente, justificando-se a partir de dados publicados pela MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) onde, em 1990 as exportações do Brasil para a Argentina giravam em torno de US$ 645 milhões e em 2011, ultrapassavam os US$ 22,7 bilhões e, nas importações da Argentina para o Brasil, os valores em 1990 somavam US$ 1,6 bilhões e em 2011, os valores subiram para US$ 16,9 bilhões.
Em termos de porcentagem a Asociación de Importadores y Exportadores de la República Argentina aponta o Brasil como o primeiro posto de exportações e importações como pode-se observar a seguir segundo a associação.

Si se analizan las ventas por país, el primer puesto como destino de las exportaciones es Brasil, a cuyos envíos corresponde el 21% del total vendido. Le sigue China con el 7,3%, Chile con el 5,6%, EE.UU. con el 5,1% y España con el 3,5%. En el caso de las compras externas, también Brasil y China ocupan los primeros lugares, con 30% y 14% respectivamente. Les sigue EE.UU. con el 10,4%, Alemania con el 5% y México con el 3,4%. AIERA (2012 p.18)

 
Esses dados apontam que há um bom crescimento econômico entre os países vizinhos tanto que, recentemente segundo site PLANOBRASIL (2011), os governos de ambos os países assinaram mais de 15 acordos bilaterais destinados a aprofundar a integração e a cooperação entre os dois países.
Entretanto nem sempre esses fatores comerciais acabam sendo muito vantajosos muitas vezes tais situações, causam e geram certo “desconforto”, principalmente pelo lado argentino, pois muitos alegam, que focar as vendas e as compras a um único país pode afetar as indústrias locais, como define Aiera (2012) “En tiempos de crisis, tener tan concentradas las ventas externas en un destino provoca problemas para la indústria”.
 Porem vale ressaltar que esses fatores sempre estão na balança tendo seus altos e baixos e, como a relação entre os países sempre foi vista e interpretada com “rivalidade” mesmo ambos tendo boa diplomacia entre si, tais fatores se fortalecem e acabam sendo facilmente percebidos e analisados por inúmeros autores e estudiosos.

As importações da Argentina originárias do Brasil vêm crescendo sensivelmente ao longo do processo de integração, embora a participação do Brasil na economia argentina seja significativamente superior à participação da Argentina na economia brasileira. Tal fato acentua a percepção dos argentinos de que a relação com o Brasil é assimétrica e desvantajosa, sobretudo para aqueles setores que precisam competir com os produtos brasileiros. (PEIXOTO & LOZA, 2003 apud  DIETIZ, 2008 p. 47).
 
Mesmo com altos e baixos entre os acordos realizados, os desajustes comerciais entre Argentina e Brasil, ficam mais intensos na medida em que apontam as crises econômicas internacionais, fazendo com que os países se resguardem, gerando medidas protecionistas como divulgou o programa “Conexão Brasil” (Tv Brasil)4 que afirma que a Argentina estabeleceu um sistema de licenças para autorizar as importações ao país, tal sistema teria por objetivo, estimular o mercado interno e, evitar a fuga de capital.
Somando os dois patamares da balança comercial entre as duas nações em pauta, têm-se os reflexos existentes causados pelos interesses e sistema de governo de cada país. Entretanto essas medidas, reforçam o protencionismo do atual governo argentino, gerando uma incerteza para investidores e impresários. Fato esse que foi divulgado pelo MDIC que aponda uma redução de 11% no quadro de exportações do Brasil para a Argentina no início de 2012 comparando o mesmo dado com o inicio de 2011, gerando um déficit de aproximadamente US$ 600 milhões.
Segundo ainda o programa “Conexão Brasil”, a reação do Brasil em relação a esses dados foi imediada, aplicando no comércio com a Argentina, o “licenciamento não – automático” de produtos como maçã, uva passa, batata, farinha de trigo e vinho, ficando esses produtos retidos na fronteira. Como já foi citado anteriormente, Tal fato se explica porque para o Brasil, interessa que a Argentina esteja bem para que a mesma possa comprar os produtos manufaturados brasileiros.
4 Publicado no Youtube no dia 30 de julho de 2012 <https://www.youtube.com/watch?v=F-MHdFCpWKM>
  
O objetivo das  atitudes de reação do Brasil, é fazer com que a Argentina possa ceder nas decisões e, voltar assim a equilibrar mais a balança comercial entre âmbos os países, contribuindo mais com o bloco comercial, justificando o interesse do Brasil onde para o mesmo é vantajoso ver a Argentina desenvolvida e próspera, contribuindo de forma significativa nas relações comerciais entre as duas nações, já que as mesmas possuem um bom nível de entendimento como afirma Schwig et al (2009) “Entretanto, mesmo com o surgimento dessas questões setoriais, Brasil e Argentina mantêm alto nível de entendimento e coordenação”.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Argentina e Brasil possuem grandes semelhanças e, ambas as nações sempre foram acompanhadas por algum fator histórico que as marcou. Esse contexto se estende desde o povoamento dos dois países com suas migrações e imigrações, seguindo pelas disputas que as envolveram entre si até os acordos diplomáticos com as consequentes estratégias e acordos comerciais. Tal semelhança ainda se destaca no cenário político, pois, fica visível que ambos os países foram perseguidos por crises econômicas ligadas de certa forma a corrupção que envolve o sistema político praticamente idêntico entre ambas.
Seguindo com o conceito geral e diferenciando-o por partes, tem-se ainda o interesse das duas nações no caso Argentina e Brasil, em desenvolver sua economia a fim de se destacar no cenário internacional e, essa ideologia ganhou forças com a criação do Mercosul. Entretanto, os dois países encontram dificuldades quando pretendem por em prática suas ações e assim, passam por várias fases econômicas vivendo altos e baixos e, realizando malabarismos para equilibrar a balança comercial.
Muitas das ações realizadas pelos dois países envolvem toda a região de fronteira, principalmente as que são por terra. Nesses lugares a população possui intensos laços comerciais e, portanto, é possível verificar que há uma nova e única região com duas culturas destinas, onde grande parte da economia entra e sai de um país ao outro. Essas ações desenvolvem ainda muitos projetos que visam desenvolver uma dinâmica que busca facilitar acordos e projetos destinados nas áreas de educação, cultura e economia, mas, focando mais os aspectos econômicos.
Muitas evoluções ocorreram entre os dois países fazendo com que os mesmos evoluíssem fortalecendo e firmando cada vez mais acordos econômicos entre si. Entretanto, muitas vezes esses acordos causam desconfortos principalmente no setor industrial interno, visto que a uma grande desvalorização dos produtos nacionais, gerando “protestos” e cobranças de taxas adicionais provocando um desequilíbrio na balança comercial. Essas ações não agradam o Brasil, visto que suas reações sempre são imediatas gerando como resposta ações alfandegárias visando justamente pressionar o governo argentino a ceder, isso acontece, pois para o Brasil é vantajosos ter uma Argentina que compre seus manufaturados, assim, o risco econômico diminui e o processo de investimento aumenta equilibrando a balança comercial.

4 REFERÊNCIAS

AIERA, Asociación De Importadores y Exportadores de la República Argentina. Análisis del Comercio Exterior argentino en 2011 Reflexiones para favorecer la producción nacional. Disponible en: < http://www.aiera.org/pdf/info20.pdf> Buenos Aires, 2012.
BOUZAS, Roberto. Las relaciones económicas Argentina – Brasil: Reconstruyendo um interés comum. Observatorio económico de la red MERCOSUR, 2009.

CARVALHO, Deborah Prado. A relação Brasil e Argentina Desdobramentos do período Pós- Redemocratização, até o século XXI / Monografia, Belo Horizonte / MG, Centro Universitário de Belo Horizonte, 2008.

CORRÊA, Gilson César Pianta; MIRANDA, Sandro Ari Andrade; RAMIRES, Luciano da Rosa. A integração nas cidades da fronteira argentino-brasileira na esfera do MERCOSUL. XVI CIC Pesquisa e responsabilidade ambiental, 2007.

DIETZ, Circe Inês. Cenários contemporâneos da Fronteira Brasil-Argentina: Infra – estrutura estratégicas e o papel dos atores no processo de cooperação/integração transfronteiriça.  / Dissertação (Mestrado) Porto Alegre/RS, UFRGS, 2008.

MDIC, Ministério do desenvolvimento, indústria e comércio exterior. Net, Brasil, Jun. 2012. Seção comércio exterior. Disponível em: <http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=450> Acesso em: 12/06/2013 às 18h55min.
PLANOBRASIL, Defesa e inovação tecnológica. Net, Brasil, Fev. 2011. Seção geopolítica. Disponível em: <http://www.planobrazil.com/brasil-e-argentina-assinam-15-acordos-bilaterais/>  Acesso em: 12/06/2013
SCHWEIG, Cristiane; EVANGELISTA, Oscar Camilo Silva; NIQUE, Walter Meucci. Histórico das Relações de Integração Econômica entre Brasil e Argentina e suas
influências na Configuração e no Futuro do MERCOSUL. colloque de l’IFBAE – Grenoble, PPGA/UFRGS, 2009.
SOUZA, Edson Belo Clemente de. GEMELLI, Vanderléria. Território, região e fronteira: análise geográfica integrada da fronteira Brasil/Paraguai. XIV Encontro Nacional da ANPUR: Rio de Janeiro / RJ, 2011.

YOUTUBE. Programa Conexão Brasil - Relações Brasil – Argentina. Net, Brasil, Jul. 2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=F-MHdFCpWKM> acesso em 12/06/2013 às 17h18min.
  São Miguel do Iguaçu. Maio de 2013

Artigo sobre novas tecnologias na educação



AS NOVAS TECNOLOGIAS NO SISTEMA EDUCACIONAL


BENDER, Anderson José. ¹
DALMAS, Alessandra. ²


RESUMO

O presente artigo visa fornecer reflexões sobre o uso das novas tecnologias na educação, com o objetivo de apresentar as mesmas como ferramenta de apoio. Entretanto, é necessário que se use essas ferramentas de maneira moderada, pois, existem vários níveis de ensino e, cada um deles necessita uma maneira diferente de se transmitir o conhecimento. O uso excessivo das tecnologias na educação faz brotar o lado negativo dessa vertente de ensino, no entanto, é fácil reverter essa situação negativa do mau uso das novas tecnologias, basta organizar e, investir de forma correta que se obtêm bons resultados e aulas dinâmicas e produtivas sem ter-se a visão da substituição da figura do professor.

Palavras chave: Educação – Professor – tecnologias – acesso – inclusão


RESUMEN

Este artículo tiene como objetivo proporcionar reflexiones sobre el uso de las nuevas tecnologías en la educación con el fin de presentarlas como una herramienta de apoyo. Sin embargo, es necesario el uso de estas herramientas de forma moderada, ya que hay diferentes niveles de enseñanza, y cada uno requiere una forma diferente de transmitir conocimientos. El uso excesivo de las nuevas tecnologías en  la educación, plantea la desventaja de este aspecto de la educación, sin embargo, es fácil de revertir esta situación negativa de un mal uso de las nuevas tecnologías, sólo tiene que  organizar e invertir en el camino correcto a obtener buenos resultados y lecciones dinámica y productiva sin tener que cambiar la figura del profesor.

Palabras clave: Educación - Profesor - tecnologías - acceso – inclusión

¹ Formado no curso Formação de Docentes (2008) pelo Colégio Estadual Padre Eduardo Michelis de Missal – PR: CEPEM e atualmente acadêmico do 7° período de geografia (licenciatura) da UNIGUAÇU – FAESI de São Miguel do Iguaçu – PR. E-mail: anderson_josebender@hotmail.com
² Formada no Ensino médio pelo Colégio Estadual Alberto Santos Dumont de Ramilânida – PR e  atualmente acadêmica do 7° período de geografia (licenciatura) da UNIGUAÇU – FAESI de São Miguel do Iguaçu – PR. E-mail: alledalmas@hotmail.com

 




1. INTRODUÇÃO

O presente artigo justificasse, pelo fato de haver uma grande necessidade de ampliar o ingresso das novas tecnologias no cenário educacional, objetivando-se com isso, o desenvolvimento para uma dinâmica ampla onde, o uso de métodos tecnológicos será fundamental para o desenvolvimento do aluno promovendo no mesmo, um maior interesse ao usar como apoio métodos tecnológicos que vão auxiliar em suas pesquisas e atividades. Segundo Filho (2010) “As mídias e, em especial a internet, apresentam potencial para criar ambientes de aprendizagem, tanto dentro como fora da escola” desenvolvendo uma maior interatividade e consequentemente, maior facilidade na compreensão da matéria.    
É um fato concreto nos dias de hoje, a maneira de como os alunos são quase que dependentes dos apetrechos tecnológicos oferecidos pelo mundo capitalista. É raro vermos um aluno que não possua ao menos um celular, mesmo os de classes mais carentes atendem a esse foco, que seja ao menos um aparelho simples e barato, mas, que esteja em poder dos mesmos, salvo algumas exceções.
O uso da internet, também se apresenta como grande “poder” de uso para os alunos dos mais diversos níveis de ensino e, visando esse uso, é que se tem a necessidade de atualizar os meios educacionais para se atender a demanda e a exigência em questão.
No entanto, a forma como o ensino é aplicado e, às diversas maneiras como o professor interage frente às novas tecnologias, pode ser definido como uma grande influência frente aos alunos e, perante a sociedade, porém, tudo isso vai depender da maneira como esse conceito educacional e pedagógico será aplicado analisando em questão, a faixa etária, as condições do ambiente físico e estrutural, e, de como os alunos vão reagir diante da matéria desenvolvida com tal recurso.
As novas tecnologias dentro do cenário da prática pedagógica se tornaram um debate diversificado repleto de opiniões, duvidas e sugestões que se surgem a todo o momento. Para muitos educadores, o método tradicional de se aplicar o ensino é “artigo de museu” e o Google, se apresenta na visão deles como um “moderno livro didático” que atende as expectativas e, aos anseios dos alunos na realização de seus trabalhos e pesquisas. Por outro lado, outra parte de educadores ainda ficam desconfiados ao se depararem com as propostas tecnológicas frente ao ensino e, acabam “criando” mitos de que essas novas tecnologias, possam por fim à figura do professor em sala de aula.
Nesse sentido, deve se respeitar a opinião de cada um dos profissionais que debatem sobre o assunto, porém, grande parte da polêmica que se apresenta sobre isso, é o fato de muitos educadores, não se sentirem preparados para usar as novas tecnologias, por não saberem, ou por não se interessarem nas inovações disponíveis.
É difícil conceber de que o professor perderá a vez para às novas tecnologias, no entanto ele necessita se atualizar para estar acompanhando e, auxiliando a sua clientela, sendo um mediador espontâneo, onde o mesmo deve ver e interpretar as novas tecnologias como ferramenta de apoio e não como objeto de substituição. E para esse conceito ser mais claro, é preciso somente se basear na ideia do livro didático, onde o mesmo, também deve ser usado como ferramenta e não como método exclusivo.

2. As novas tecnologias dentro do sistema de ensino

Um grande problema, principalmente dos alunos do ensino fundamental é que grande parte deles entram no ensino médio, alfabetizados, mas, não letrados se tornado uma grande preocupação no meio educacional, pois o aluno até lê, mas não consegue interpretar o que está lendo. Partindo desse foco os educadores se perguntam: O que está faltando? Por que o aluno não se interessa? Por que ele não se concentra? Por que ele não está captando o que lhe é transmitindo? Essas e muitas outras perguntas aparecem na mente do educador toda vez que ele sai de uma sala de aula. Pode-se pensar que talvez sua metodologia esteja ultrapassada, ou que não seja clara para o educando.
Talvez, o “xis” da questão não seja isso, mas sim, uma maneira monótona de como às aulas estejam sendo transmitidas, dia a pós dia, ano após ano. Uma solução apresentada e muito discutida por vários autores de livros e artigos é a inclusão das novas tecnologias no meio educacional.
As novas tecnologias vêm com intuito de trazer ao aluno uma nova percepção de aprendizagem, onde o mesmo possa sair da “metodologia rotineira”, entrando em uma etapa de descobertas e de dinamismo, acompanhando o mundo e sua evolução, pois, o aluno de hoje já não pode ser mais comparado com o aluno de décadas anteriores, já que o mesmo ingressa no ensino com uma “evolução tecnológica em sua bagagem” trazendo com sigo, um conhecimento de certa maneira diferenciado como destaca Flavia Rezende.

[...] O aluno de hoje, de todos os níveis de ensino, com o acesso (maior ou menor) às novas tecnologias em seu cotidiano, começa a desempenhar um novo papel no contexto escolar. Apresenta vantagens em relação ao aluno de dez anos atrás, porque traz para a escola maior conhecimento factual e demonstra necessidades e expectativas mais objetivas quanto à sua formação. (REZENDE, 2002, p. 14)

 No entanto, todo esse processo tecnológico, necessita de uma metodologia coerente, para poder apresentar bons resultados, já que mudo de hoje está lotado de informações e, essas por sua vez acompanham os educandos direta ou indiretamente, basta apenas olhar ao redor e perceber tal fato. Uma vez que haja a percepção dessa evolução tecnológica, tem-se em mãos uma grande quantidade de “matéria prima” que pode ser usada nas novas tecnologias. Essa “matéria prima” propriamente dita pode ser extraída através do uso da internet onde, o aluno pode descobrir e confrontar informações em tempo real e, o lado positivo disso é que ele estará se concentrando a fundo no conteúdo presente naquele momento, pois o mesmo estará fazendo isso de uma maneira confortável e rápida, podendo observar as diversas fontes ligadas ao tema proposto.
Nesse cenário tecnológico, muitos se perguntariam como fica a organização do professor nesse momento? Como ele irá a toda aula envolver todos os seus alunos no contexto tecnológico? A resposta em si se apresenta como “inovação rápida e prática”. Um professor não necessita levar seus alunos toda vez a um laboratório de informática para poder usufruir de uma nova tecnologia, basta trazer até a sala de aula o conceito tecnológico como, por exemplo, o uso de tablets com conexão Wi-Fi, como ferramenta de apoio nas aulas. Com esse dispositivo em mãos, os alunos se orientados de maneira correta e responsável, poderão aprender além da pesquisa avançada uma organização pessoal personalizada, onde o mesmo poderá ter a disposição de forma rápida e fácil, fotos, vídeos, livros, revistas e jornais digitais, entre outros. Com essa ferramenta de apoio, o aluno pode estar desenvolvendo seus trabalhos de maneira mais rápida e ampla, pois, o mesmo terá em mãos varias fontes e ideias de inúmeros autores trazendo para si a vontade de pesquisar mais e, de descobrir além do que lhe foi solicitado.
Os laboratórios de informática e os tablets em sala de aula com acesso a internet, são pequenos exemplos de novas tecnologias. Nesse mundo tecnológico que encontramos, existe uma infinidade de tecnologias a serem usadas em sala de aula como Televisores multimídia, dada shows, quadros e mapas digitais, ambientes virtuais de aprendizagem, que são softwares que auxiliam no ensino e no aprendizado. Esses softwares se apresentam para auxiliar os professores no cenário escolar deixando o ambiente dinâmico e prático para o ensino, colocando em um programa, praticamente toda uma biblioteca e um laboratório a sua disposição sempre que necessário.
Dando continuidade aos exemplos de novas tecnologias, podemos anexar ainda os ensinos à distância, onde muitos acadêmicos estudam em grandes universidades sem sair de casa usufruindo 24 horas por dias de videotecas, bibliotecas virtuais e, sempre que possível ter contanto com os mais diversos professores para esclarecer suas dúvidas via chat, e-mail, Skype, vídeo conferência, telefone entre outros, facilitando e deixando a vida do estudante muito mais prática.

2.1 As novas tecnologias nos diferentes níveis de ensino

Dentro do sistema de ensino, as novas tecnologias podem ser aplicadas desde a educação infantil até o limite de estudo que se pensa em ter, porem, cada profissional de ensino precisa estar preparado quanto a sua aplicação e moderação e, da maneira de como esse ensino será aplicado ao estudante. O educador precisa ainda, estar ciente de como aproveita-las, ele não pode mergulhar somente nas novas tecnologias, pois, existe por traz disso todo um contexto imaginário que não pode ser esquecido onde, o aluno procura criar na sua imaginação, uma forma nova a ser explorada. O ideal, é que se usem as duas vertentes de educação paralelamente.
O processo de ensino aprendizagem depende de duas figuras, professor e aluno. É preciso que se compartilhe a expressão humana repassada pela figura do professor e como auxílio da mesma, à expressão tecnológica que é repassada pelas mídias, tendo assim um processo compartilhado como aborda Vicente Henrique de Oliveira Filho.

[...] o processo ensino aprendizagem depende do educador e do educando, pois é um processo compartilhado. Os recursos da multimídia, da internet, e da realidade virtual criam superações dos limites, utilizando o pensamento como capacidade de criar e como fonte da mensagem que dá sentido à mídia. A pratica docente deve ser orientada hoje a partir de uma nova lógica e uma nova cultura. (FILHO, 2010, p. 7).

É preciso analisar todas as formas possíveis e, como aplica-las em cada fase de ensino. É necessário ter em mente, que a primeira fase de ensino (educação infantil) necessita mais do contato com o lúdico pessoal, ou seja, onde o professor participa mais, promovendo jogos e brincadeiras usando menos recursos tecnológicos, pois nessa faze isso se faz necessário devido ao desenvolvimento de suas coordenações e também pelo desenvolvimento cultural e imaginário da criança, já que a mesma precisa de experiências intensas e agradáveis que lhe permita perceber, sentir, fazer e pensar.
Baseando-se na primeira fase apresentada, basta usar a experiência de vida para quem já é educador e, atua nos moldes da educação infantil, fundamental e médio, que vai perceber que as tecnologias devem ser dosadas no ensino de acordo com a evolução que aluno tem ano após ano, ou seja, o aluno do primeiro ano da educação infantil deve usar um nível mais baixo de tecnologia e evoluindo a cada ano da educação básica. No entanto, essa visão depende de como o aluno está desenvolvido e, como está o nível médio de cada turma que compõe a respectiva faixa etária do ensino.
Uma vez observado o nível médio de desenvolvimento de cada turma, vêm à etapa de desenvolvimento e uso das novas tecnologias. Cabe ressaltar, entretanto, que tudo também depende da estrutura oferecida pelas instituições de ensino, muitas delas não atendem, ou não possuem toda a inclusão tecnológica disponível, mas, caso a instituição a tenha, o uso paralelo mediado pelo educador é muito importante, pois, vem a ser um aliado na educação proporcionando um aprendizado mais solto e alegre, interagindo dinamicamente o conteúdo aplicado.
Entretanto, deve-se se lembrar da dosagem dessas novas tecnologias como já foi visto anteriormente e, aplica-las com moderação em todos os níveis de acordo com o grau de desenvolvimento do aluno, pois, as novas tecnologias vêm a desenvolver o ensino, mas precisam ser usadas com moderação.
 
2.2 O lado negativo das novas tecnologias

Quando se fala em novas tecnologias tem-se uma infinidade de meios que se apresentam como tal, porém, é preciso saber diferenciar o seu uso, pois, um mesmo equipamento usado para o ensino pode também, ser usado para o entretenimento e para outros fins. Portanto quando o educador tiver a oportunidade de usar um material tecnológico em sala de aula, ele deve estar preparado para usa-lo de maneira moderada e, cuidar para que o mesmo, não “fuja” do objetivo para o qual está sendo usado.
O aluno se inserido dentro das novas tecnologias de maneira incorreta, tem seu senso crítico afetado e, não consegue em certos casos associar o próprio conhecimento, como aponta Marcos Vinícius Maia da Cruz.

Com o fácil acesso a tecnologia nos dias atuais e com crescente número de usuários, os problemas em relação ao uso dessas novas ferramentas também começam a aparecer. Muitas vezes o estudante se torna dependente ou até mesmo “escravo” de tais tecnologias, como a internet por exemplo, e em inúmeras vezes deixa até mesmo de cumprir suas obrigações devido aos atrativos recursos que essas ferramentas oferecem. (MAIA DA CRUZ et al, 2008, p. 2)

Podemos citar como exemplo, o uso de tablets. Se o educador possui uma turma com trinta alunos e cada um tiver um tablet, com certeza surgirão dificuldades para controlar todos os alunos de forma sincronizada. No entanto, cabe ao educador pensar em algo estratégico não sozinho, mas, com a equipe pedagógica.
Nesse contexto, deve-se ter em mente, que o conteúdo deve sempre estar em primeiro plano e dentro desse, a tecnologia deve ser entendida da maneira como a mesma se apresenta, ou seja, sendo um suporte para a transmissão do conhecimento.
Outro ponto negativo das novas tecnologias é o fato de grande parte delas, se apresentar de forma multimídia provocando um interesse mútuo, promovendo uma “fuga” daquilo que se deveria estar realizando. O vilão específico disso, se é que se pode chamar de “vilão”, se apresenta como a internet, sendo essa, a campeã dos pontos negativos. Tal dado se apresenta, pois no momento em que uma página de internet é aberta, muitas vezes se apresentam diversos outros links despertando em seu usuário o desejo de explorar o mesmo, como afirma Maia da Cruz et al (2008) “a internet faz com que o estudante deixe de lado suas obrigações devido aos atrativos e recursos que tal ferramenta oferece”.
É importante trazer a tona e saber diferenciar, o fato de se ter nas escolas o acesso digital e inclusão digital, muitas vezes as escolas tem o acesso, mas, não tem a inclusão digital o que acaba por se tornar outro ponto negativo no cenário da inclusão digital. Partindo desse ponto, se questiona o seguinte, se a escola oferece aos seus alunos, tablets para o uso em sala de aula, ela estará dando o acesso ou incluindo o aluno a uma nova tecnologia? Essa pergunta acaba por ser muitas vezes questionada, pois reflete numa discussão sobre o conteúdo, seleção de material, maneira de como será usado esse método tecnológico entre outras abordagens em torno do mesmo assunto.
Outro método que se insere nas novas tecnologias, é o ensino a distância que vem crescendo grandemente nos últimos anos. Segundo Maia da Cruz (2008) com base nas informações do Jornal Nacional de 27 de abril de 2009, “a oferta de cursos superiores dentro do país cresceu 571% entre 2003 e 2006 e o número de alunos cresceu 356% em apenas 3 anos totalizando cerca de 2,5 milhões de estudantes”.
Ainda segundo dados da reportagem, os números são mais assustadores quando se filtram os dados por curso oferecido, segundo Maia da Cruz (2008) “o número de alunos por professor passava de mil em alguns cursos, quando o recomendado internacionalmente, segundo o ministério da educação, são de 130 alunos por professor.
Partindo dessas informações, é nítida a ideia de que há um descaso e certa carência no atendimento aos alunos que procuram esses cursos. É difícil conceber que um único profissional da área possa atender a cerca de mil alunos em tempo hábil para saciar todas as suas dúvidas e assim, fica evidente que as duvidas que surgem, vão se acumulando resultando num grande atraso no esclarecimento do conteúdo em pauta, como esclarece Marcus Maia da Cruz.

Este excesso de alunos também atrapalha na interação aluno/professor, as dúvidas que surgem durante as aulas normalmente são enviadas via email ao professor, que constantemente as respondem algumas semanas depois, isto é, quando a dúvida é sanada já existem muitas outras que também só serão respondidas semanas depois. (MAIA DA CRUZ et al, 2008, p. 5)


2.3 A transformação do negativo em positivo dentro das novas tecnologias

Quando as novas tecnologias são aplicadas no cenário escolar, é preciso primeiramente preparar o aluno e trabalhar os conceitos tecnológicos, principalmente quando se irá trabalhar com o uso da internet, para que o mesmo possa usar essa inovação de maneira correta e produtiva. É preciso antes de tudo que o professor atue como um “filtro”, onde o mesmo irá filtrar as informações específicas, apontando ao aluno o que realmente deva ser pesquisado.
Após a realização e preparação do professor como leitor e “filtro” das informações perante a internet, o mesmo precisa ter o cuidado de como irá solicitar o uso da mesma. Quando for solicitar uma pesquisa, por exemplo, é necessário que o educador exija do aluno fontes alternativas como, livros, revistas, jornais, vídeos entre outros, colocando a internet apenas como apoio a essa pesquisa.
Uma vez definido e transformado o ponto negativo em positivo, é a vez de o aluno ser preparado para tal, para que o mesmo possa estar preparado para selecionar de fato, aquilo que lhe possa ser produtivo e que faça a diferença. Dessa maneira, pode-se formar um leitor crítico que diferencie “lixo eletrônico” do que de fato lhe sirva de interesse para o estudo e para o que lhe foi determinado.
Partindo das mesmas bases, pode-se usar o mesmo conceito para outros métodos tecnológicos como, por exemplo, o uso do tablet. Se a instituição de ensino apenas ofertar o equipamento, ela estará apenas dando acesso, mas não estará incluindo uma nova tecnologia. É preciso, no entanto, que se faça o mesmo processo como o da internet, porém com maior dinamismo. Dessa maneira, tem-se o tablet como uma excelente ferramenta se usada de maneira correta como reforça Juliana Barcelos de Oliveira.

Porém, para ser positiva, a adoção desta tecnologia deve possuir a adaptação dos professores e alunos, uma vez que nenhum recurso garante o aprendizado, mas pode auxiliar na construção do conhecimento, formando cidadãos reflexivos, dinâmicos, críticos e capazes de construir o seu próprio conhecimento através de experiências e vivências. (OLIVEIRA et al, 2012, p. 5)

Uma vez que se filtrem as informações e se eduque o aluno para o uso do tablet com o acesso a internet, se tem uma ótima produtividade em sala de aula, pois tal equipamento propõe ingressar uma verdadeira biblioteca na palma da mão, mas, vale lembrar que assim como a internet, esse equipamento precisa sofrer uma revisão e seleção do conteúdo que está inserido no mesmo, para se buscar uma informação precisa propondo um ambiente interativo e dinâmico em tempo real, como aponta Juliana Barcelos de Oliveira.

Com a utilização dos recursos móveis torna-se possível que cada discente busque a informação em tempo real, a troca de experiência, dinamizando e enriquecendo o processo de ensino aprendizagem [...] O grande objetivo destas tecnologias é tornar o ensino disponível em todo o lugar e em todo o tempo. (OLIVEIRA et al, 2012, p.3 e 4)

Outro conceito que se encaixa nesse foco e é fundamental que seja especificado, é quando o trabalho ou a pesquisa necessita de agilidade e não disponibiliza de um tempo longo para a leitura e reflexão de livros. A partir desse ponto, é importante que o professor possa estar repassando, artigos ou resumos expandidos sobre o assunto a ser trabalhado, especificando aos educandos o assunto central. Com isso, fica claro o termo “filtro” visto anteriormente.
Reforçando esse conteúdo, é imprescindível o uso moderado das tecnologias que se infiltram no senário educacional, como aponta Marcus Maia da Cruz.

Mas esses problemas apresentados até agora podem ser evitados simplesmente com bom senso. A tecnologia em si não é a causa dos problemas, mas sim o abuso do uso de suas ferramentas cometido pelos usuários [...] A maioria das novidades tecnológicas vem para resolver problemas e não causa-los. Podemos comparar a tecnologia como os remédios, todos vem para ajudar e melhorar na qualidade de vida da população mas tomar doses muito altas podem trazer ainda mais complicações para a saúde. (MAIA DA CRUZ et al, 2008, p. 2).

É necessário que o professor exija uma diversificação e busque repassar diversas ideias de vários autores, forçando que o aluno construa a informação sobre o tema, evitando os plágios (trabalhos prontos) e, as informações contraditórias que são comuns na internet.
Nesse sentido, é fundamental que o desenvolvimento crítico seja desenvolvido no aluno para que o mesmo, pense, reflita e veja que a internet e as tecnologias disponíveis possam ser meios de interação para desenvolver o conhecimento e raciocínio próprio. Assim, o educando pode pensar e refletir e, não apenas copiar e colar.
Quando a tecnologia se envolve de maneira correta principalmente no meio educacional, ela se torna um elo dinâmico que desperta a vontade de aprender e descobrir. Dentro desse foco, quando se criam mais sistemas de auxílio, como e-mail, blogs, grupos e paginas de redes sociais, tem-se uma rede de ensino praticamente 24 horas por dia entre o educador e os seus educandos. A ideia desse conceito se reforça na abordagem de Monique Pessanha de Sales & Jussara Santos Pimenta.
Muitos professores criam sites ou blogs com o intuito de divulgarem novidades sobre suas respectivas matérias, complementarem suas aulas e divulgarem links de vídeos ou notícias pertinentes ao conteúdo. (SALES & PIMENTA, 2012, p. 8)

Com isso, tem-se a visão da interatividade entre professor e aluno, onde o mesmo busca trazer ao aluno, uma diversificação sobre o conteúdo apresentado, tendo como auxilio, não apenas um livro didático, mas um “menu” repleto de ferramentas que visam atrair o aluno para a absorção do conteúdo proposto, apresentando uma conexão professor aluno 24 horas por dia.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base na pesquisa realizada, fica evidente a importância das novas tecnologias no cenário educacional, já que o termo “novas tecnologias na educação” se refere a tudo de inovador que possa ser apresentado como ferramenta de apoio junto ao educador para facilitar a transmissão do conhecimento e, tornar a aula mais dinâmica, abrindo novas alternativas de absorção do conhecimento. Entretanto, é necessário que se tenha certa moderação quanto ao seu uso, pois, existem vários níveis dentro do ensino e, para cada um deles é necessário um grau diferente de aplicação.
O grau de qualidade e resultado positivo de se usar as novas tecnologias depende da maneira como o educador às direciona aos seus educandos. É necessário que se selecione conteúdos específicos quando se pretende direcionar uma pesquisa com o uso da internet. O mesmo processo se direciona também, para o uso de tablets. Devem-se configurar os mesmo com conteúdos pedagógicos específicos e que atendam o que se almeja trabalhar. Tal orientação serve para qualquer aparelho de mídia que esteja sendo usado pelos alunos como ferramenta de aprendizado durante a aula.
  Para se obter êxito total com o uso das novas tecnologias na educação, além do uso moderado, é necessário que se tenha uma estrutura que seja capaz de oferecer todos os recursos possíveis e o mais importante, é que se tenha a inclusão digital, pois, apenas o acesso não é capaz de gerar algo dinâmico e produtivo, pelo contrário, o acesso apenas desorganiza a qualidade do ensino, é preciso portanto que se tenha o acesso e consequentemente, a inclusão do educando nesse acesso e, quando se fala em inclusão, quer se dizer, preparar o aluno para o uso e o ingresso nas novas tecnologias tendo o sistema governamental o papel de incluir a instituição e essa por sua vez, o papel de incluir  o professor que consequentemente deverá incluir o aluno.
Finalizando esse conceito geral de novas tecnologias na educação é preciso analisar as mais diferenciadas situações que irá se encontrar dentro da rede de ensino, pois, cada instituição possui uma realidade diferente, não se pode cobrar êxito de uma escola que não suporta totalmente o acesso ou a inclusão tecnológica, muito menos do professor que não está preparado para trabalhar com o acesso ou com a inclusão tecnológica. Ainda se está longe da perfeição, mas, pode-se dizer que se está no caminho certo. E para se chegar à perfeição, é preciso que se tenha maior apoio e participação governamental, bons investimentos no cenário educacional, para que se tenha o desenvolvimento de projetos que tem por objetivo apontar novas alternativas que sejam capazes de promover uma maior qualidade no ensino com o uso das novas tecnologias. E o mais importante, que a figura do professo seja sempre vista como o topo da pirâmide, pois, as tecnologias jamais irão substituir o educador e sim serem apenas suas ferramentas na transmissão do conhecimento.


REFERÊNCIAS

CRUZ, Marcus Vinicius Maia da; RAMOS, Matheus Edson; BOSCARIOL, Matheus Salgado; Aleixo, Robson Pereira. Informática e educação – Pontos negativos. Universidade de São Paulo (USP), 2008.

FILHO, Vicente Henrique de Oliveira. As novas tecnologias e a mediação do processo ensino aprendizagem na escola. Universidade Federal do Piauí (UFPI), 2010.

OLIVEIRA, Juliana Barcelos; Santana, Anderson Messias; REALI, Graciela Aluizio; OLIVEIRA, Murilo Cretuchi Delfino de; SILVA, Débora Lopes; QUEIROZ, Fábio Nogueira de. O uso de tabletes e o geogebra como ferramentas auxiliadoras no ensino da matemática. Uruguay: p. 405 a 413. Revista Actos de la conferencia latinoamericana de Geogebra, 2012.

PIMENTA, Jussara Santos; SALES, Monique Pessanha de. O uso pedagógico das novas tecnologias na escola. Fundação de apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (FAETEC), 2012.

REVISTA EDUCAÇÂO. Cibereducação. Net, Brasil, 2011. Disponível em: <http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/158/artigo234784-1.asp> Acesso em 31/05/2013 às 13h34min

REZENDE, Flavia. As novas tecnologias na prática pedagógica sob a perspectiva construtivista. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). p. 18 Revista Ensaio – Pesquisa em Educação em Ciência, 2002

SLIDESHARE. As novas tecnologias aplicadas à educação. Net, EUA, 2007 disponível em: <http://www.slideshare.net/georginalopes/as-novas-tecnologias-aplicadas-educao> Acesso em 31/05/2013 às 12h02min.

SLIDESHARE. Asbrei – IV Congresso internacional de educação infantil. Net, EUA 2010. Disponível em: <http://www.slideshare.net/vlcamara/tecnologias-e-educao-infantil> Acesso em 31/05/2013 às 13h10min.
WWW.SOL.ETI.BR. Recursos tecnológicos na educação infantil. Net, Brasil, 2013. Disponível em <http://www.sol.eti.br/recursos-tecnologicos-educacao-infantil/> Acesso em 31/05/2013 às 13h13min.

YOUTUBE. O uso da tecnologia na educação é bom ou ruim?. Net, Brasil, 2012, disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=e_8ip7NMGvE> Acesso em 23/05/2013 às 00h08 min.


São Miguel do Iguaçú, Junho de 2013.

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