AS RELAÇÕES GEOPOLÍTICAS ENTRE ARGENTINA
E BRASIL
BENDER, Anderson José¹.
MARASCA, Ricardo Cirino².
FERREIRA, Graziele³.
RESUMO
O
presente artigo busca repassar informações sobre as relações geopolíticas entre
Argentina e Brasil. As duas nações se assemelham muito e, desde o início de sua
colonização passaram por vários momentos que se tornaram históricos. No
princípio, viviam na hostilidade e, portanto, muitas guerras e revoltas foram
realizadas entre si o que levou ambos a gerarem muitas dividas externas. Pouco
antes da criação do Mercosul, as hostilidades entre os dois países, foi dando
lugar a uma maior diplomacia e, com a efetivação do Mercosul a situação
melhorou e vários acordos foram firmados entre si, desenvolvendo estratégias
conjuntas principalmente nas áreas de fronteira visando melhorias na educação,
cultura e economia, gerando intercâmbios para melhorar a relação e suas ações,
visando desenvolver as mesmas para se destacar de maneira mais ampla no cenário
internacional. Entretanto mesmo com toda essa abrangência os dois países
parecem não ter esquecido a “rivalidade” e, nas fases dos “altos e baixos”, mas
de forma pacífica um pressiona o outro a fim de evitar decisões precipitadas
que possam prejudicar a balança comercial de ambos, visando uma melhor
contribuição com o bloco comercial.
Palavras
chave: Economia –
Relações – Nações – Acordos – Aspectos.
RESUMEN
Este artículo
trata de transmitir informaciones sobre las relaciones geopolíticas entre
Argentina y Brasil. Las dos naciones son muy similares, y desde el comienzo de
su colonización han sufrido varios momentos que se han convertido históricamente.
Al principio, vivieron en la hostilidad y por lo tanto muchas guerras y
revueltas se hicieron entre sí y, que los llevó
a generar muchas deudas externas. Poco antes de la creación del
Mercosur, las hostilidades entre los dos países, fueran dando paso a una mayor
diplomacia y con la realización de Mercosur, la situación mejoró y, se firmaron
varios acuerdos con los demás, el desarrollo de estrategias conjuntas,
especialmente en las zonas fronterizas para la mejora de la educación, la
cultura y la economía, generando intercambios para mejorar la relación y sus
acciones para el desarrollo de la misma a destacar de manera más amplia en el
ámbito internacional. Pero aún con todo esta cobertura, los dos países parecen
continuar con la "rivalidad" y, en las fases de subidas y bajadas,
pero pacíficamente, presionando entre sí para evitar decisiones precipitadas
que puedan afectar y perjudicar a la balanza comercial de los dos, con el objetivo de mejorar para la mejor contribución al bloque comercial.
Palabras clave:
Economía - Relaciones - Naciones Unidas
- Acuerdos - Aspectos.
¹ Formado no curso Formação de Docentes (2008)
pelo Colégio Estadual Padre Eduardo Michelis de Missal – PR: CEPEM e atualmente
acadêmico do 7° período de geografia (licenciatura) da UNIGUAÇU – FAESI de São
Miguel do Iguaçu – PR. E-mail: anderson_josebender@hotmail.com
² Formado no ensino médio (2001) pelo Colégio
São Luís Razão de Foz do Iguaçu – PR: e atualmente acadêmico do 7° período de
geografia (licenciatura) da UNIGUAÇU – FAESI de São Miguel do Iguaçu – PR.
E-mail: ricardo_marasca@hotmail.com
³
Professora
orientadora da UNIGUAÇU – FAESI de São Miguel do Iguaçu – PR. E-mail: grazieleferre@hotmail.com
1
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como
tema, discutir as relações geopolíticas entre Argentina e Brasil, objetivando-se em
analisar as questões que envolvem especificamente os aspectos políticos e
econômicos, que comandam as “discussões” de ambas as nações, sendo uma ligada à
outra.
De acordo com informações das enciclopédias
digitais, os dois países somam juntos, em torno de 63% da área sul americana,
60% da população e 61% do PIB, sendo o Brasil um dos maiores aliados da
Argentina na questão comercial e vice versa.
Desde o período histórico,
os laços entre os dois países sempre estiveram ligados, tanto em caráter hostil
ou não. Lutaram em lados opostos em diferentes
guerras e, formaram relações opostas em fóruns internacionais. Um independente
da Espanha e o outro de Portugal no início do século XIX herdaram muitas
disputas e, muitas delas de certa forma não foram resolvidas, mas, que foi
definida pela pacificação aberta na maior parte
dos séculos XIX e XX.
Atualmente, a convergência
diplomática substituiu a disputa e, desde os anos 1980 gerou uma aproximação
entre as duas nações que se intensificaram com a criação do MERCOSUL (Mercado
Comum do Sul) que, gerou entre ambas, uma intensificação nas trocas comerciais
e também, um aumento no fluxo migratório entre os dois países, não que não
houvesse antes, mas, após a criação de livre comércio essas ações aumentaram, com
o objetivo de juntas, inserirem a América do Sul no mapa do desenvolvimento
mundial, destacando-se ainda mais com a criação da Agência Brasileiro –
Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares.
Atualmente, a Argentina
vem se apresentando para o Brasil, como prioridade absoluta na política externa
brasileira, sendo o país vizinho, de interesse vital para os brasileiros
segundo, investigação da comunidade de política externa brasileira, como aponta
Roberto Bouzas.
[...] Una
investigación reciente entre la comunidad de política externa brasileña identificó
a la Argentina como uno de tres países en los que “Brasil tiene un interés
vital”. De igual modo, la opinión mayoritaria en una encuesta realizada en la
Argentina colocó a Brasil el segundo lugar en una lista de socios con los que
la Argentina debería mantener las “relaciones más firmes y estrechas. BOUZAS
(2009 p.1)
Para desenvolver o tema
proposto buscou-se realizar, pesquisas bibliográficas que se apresentam através
de sustentação teórica a partir de dados e teses, dissertações e órgãos do governo
como os do OBSERVATORIO ECONÓMICO DE LA
RED MERCOSUR, IBGE. Para complementar a pesquisa usou-se ainda de
observação em mapas, pesquisas in loco e, viagens à fronteira a fim de embasar o
assunto de forma clara e objetiva, sendo que estas pesquisas são consideradas
suficientes para alcançar os objetivos do artigo que são os de analisar as
questões geopolíticas entre as duas nações.
2
FATORES SÓCIOS – POLÍTICOS SEMELHANTES ENTRE ARGENTINA E BRASIL
Perante o cenário
internacional, Argentina e Brasil ocupam posições parecidas, pois, de certa
maneira encontram dificuldades para competir com as grandes nações
desenvolvidas que compõe a esfera mundial. As comparações entre os dois países
se dão desde os tempos históricos, começando pela formação territorial onde, o
Brasil se redesenha primeiro pelo resultado do Tratado de Madri em 1750 e pouco
depois, a Argentina começou a se redesenhar a partir da criação do vice-reinado
do Prata, em 1778. Na época, a única diferença foi que uma nação partiu das
lutas espanholas no caso a Argentina e a outra das lutas portuguesas no caso o
Brasil.
Com o passar dos tempos,
as duas nações foram evoluindo, mas, encontravam barreiras dentro desse
processo, pois, eram subpovoadas, ou seja, possuíam uma população muito baixa,
tendo um grande espaço territorial disponível por habitante que fez com que se
abrissem espaços para as imigrações deixando o Brasil em vantagem perante a
Argentina, pois, a população brasileira teve maior crescimento que a da
argentina.
Entretanto, a diferença
numérica da população, não significou que a população brasileira estivesse
também mais evoluída que a população argentina, pois, no Brasil não havia uma
inclusão social, já na Argentina esse processo era bem mais dinâmico, pois,
eram mais livres e de maior participação política.
A inferioridade numérica da população
argentina em relação ao Brasil, era um pouco compensada em função de sua maior
inclusão social, em detrimento da população ser majoritariamente livre, mais
mobilizada e com maior grau de envolvimento nas estruturas estatais e na
atividade política. CARVALHO (2008 p.15)
Outro fator que assemelha
muito as duas nações em pauta são os fatores econômicos, pois, tanto a
Argentina, quanto o Brasil foram muitas vezes perseguidos por crises econômicas
como em destaque à crise de 1870. Porém, na época a Argentina se sobressaiu
primeiro devidos aos altos ganhos nos lucros internacionais através da
agropecuária já o Brasil, estava encurralado no baixo preço do café que na
ocasião era a sua principal renda econômica.
Essa época
não significou a falência do Brasil e nem, o desenvolvimento econômico da
Argentina, porém ambos novamente se assemelham, pois, concluíram o século em
crise como aponta Carvalho (2008) “Ambos os países finalizaram o século XIX com
crises, no Brasil, sobretudo política e na Argentina, sobretudo econômica”.
As crises em questão, que
acompanharam ambos os países em boa parte do tempo, colocaram os mesmos em
dividas tanto externas quanto internas, pois, sempre que se sentiam “encurralados”,
recorriam a empréstimos para tentar reequilibras suas economias que se tornavam
sempre muito abaladas.
Argentina e
Brasil ficam mais uma vez em igualdade, quando se unem para derrubar o general
paraguaio Solano Lopes na guerra do Paraguai. Na época, a guerra foi financiada
pela Inglaterra, pois a mesma estava insatisfeita com as atitudes do general
paraguaio e não hesitou em dar “total apoio” para a Argentina e o Brasil, como
afirma Carvalho (2008) “A Inglaterra insatisfeita com a postura de Lopez, financiou
o Brasil e a Argentina contra o mesmo, que acabou iniciando uma ação hostil
contra seus vizinhos”.
Outro detalhe menos observado, mas, de certa forma importante e
preocupante, é o fato da corrupção entre ambos os países ser muito semelhante.
Assim como no Brasil, o período eleitoral argentino é dotado de falsas
promessas que visam iludir o povo humilde e sofrido. Grande parte dos políticos
argentinos busca contratar publicitários brasileiros para realizar suas
propagandas o que, faz com que muitos se perguntem, qual seria o interesse real
disso? A resposta é simples, assim como o Brasil, a Argentina é um país
subdesenvolvido querendo emergir, fato esse, que acaba trazendo investidores e,
de certa forma, faz gerar um grande capital econômico que precisa passar por
licitações e aprovações o que, desperta o apetite político de muitos, não em
benefício do povo, mas sim, em benefício próprio com o objetivo de
enriquecimento fácil as custa da nação em geral.
2.1 RELAÇÕES FRONTEIRIÇAS ENTRE ARGENTINA E BRASIL
Dentro dos fatores geopolíticos entre Argentina e Brasil, tem-se a
questão de fronteira, que surge nas Cataratas do Iguaçu, que estão localizadas
no município de Foz do Iguaçu no Paraná, seguindo os percursos do Rio Iguaçu,
Rio Santo Antônio, Rio Pepirí Guassu e Rio Uruguai até a foz do Rio Quaraí,
tendo aproximadamente, 1236 km de extensão.
Durante toda essa extensão fronteiriça entre os países têm-se cidades
praticamente integradas uma na outra, separadas apenas por uma rua como é o
caso de Barracão no Paraná e Dionísio Cerqueira em Santa Catarina. As duas
cidades fazem fronteira com o município de Bernardo Irigoyen da província de
Missiones na Argentina e, ambas encontram-se separadas apenas por uma rua, como
pode-se observar na figura 1 a seguir:
FIGURA 1:
Localização
da fronteira seca entre Argentina e Brasil
Fonte: https://maps.google.com.br/maps?hl=pt-BR&tab=wl
Visitando a cidade, é fácil de identificar que há um grande fluxo de
pessoas de ambas as nacionalidades que circulam livremente de um lado a outro,
tanto a turismo como a trabalho, gerando de certa forma uma “nova” região
exclusiva e homogênea, mas, provida de duas nacionalidades e três culturas
distintas mas, que de certa forma se consideram um único povo com os mesmo
costumes locais.
Na questão comercial entre ambos, as moedas são aceitas sem a
necessidade de câmbio e, em muitos comércios é possível encontrar os valores
calculados tanto em real moeda brasileira
quanto em peso moeda argentina.
Esses
fatores que unem as cidades de fronteira entre Argentina e Brasil, são
consideradas estratégias conjuntas que permitem várias alternativas tanto na
área educacional como na área comercial. Visando essas estratégias, e o livre
acesso entre os povos locais de fronteira, fortaleceram-se ainda mais os laços
diplomáticos, fazendo surgir novos acordos que se destinaram muito na área
cultural e educacional como o entendimento doutoral entre os dois países que
autoriza o conhecimento mutuo dos títulos de doutorado, favorecendo o intercâmbio
de estudantes entre universidades argentinas e brasileiras e também, a
declaração de Buenos Aires que incentiva a criação de programas conjuntos de
traduções de livros e a troca de experiências nas áreas acadêmicas e de gestão
pública.
Essas
ações vistas têm por objetivo criar um grande contexto de desenvolvimento,
melhorando a qualidade de vida local, resolvendo problemas existentes e
facilitando a vida da população em geral. Tudo isso, está fundamentado no
MERCOSUL que tem em suas vertentes essas ações de desenvolvimento econômico,
político e social.
Diversos são os fatores que levam as nações a associarem-se em blocos regionais
mas, principalmente, referem-se a motivos econômicos e políticos. Os elementos
que as integram visam ao aprofundamento de um projeto conjunto por meio da
resolução de problemas e diferenças no contexto que as cerca. No plano fronteiriço
pesquisado, a integração encerra grandes expectativas, uma vez que, as ações
perpetradas por estas cidades de fronteira se apresentam como uma importante
opção ao desenvolvimento econômico e social de suas regiões. CORRÊIA et al
(2007 p.4)
Todas
essas ações se ramificam por toda a fronteira entre Argentina e Brasil e
algumas se destacam mais como o caso da tríplice fronteira que envolve
Argentina, Brasil e Paraguai como pode – se observar Na figura 2 a seguir.
FIGURA 2:
Localização
da fronteira entre Argentina e Brasil
Fonte:
https://www.google.com.br/maps/ms?ie=UTF8&oe=UTF8&msa=0&msid=214270592339966465662.0004c3754758007a66778
Nessa
região temos uma das maiores concentrações de povos existentes e, é onde se
concentra um grande fluxo de entrada e saída de produtos. Outro fator que deixa
a região muito conhecida e divulgada são os grandes atrativos turísticos que
englobam tanto o lado brasileiro como o paraguaio e argentino, nesse sentido
pode-se destacar as belezas naturais existente no município de Foz do Iguaçu,
como as Cataratas do Iguaçu, o parque nacional entre outros e, no lado
paraguaio, o grande fluxo de compristas que buscam baixos preços e produtos
diversificados. Um somado ao outro, têm-se a Argentina próximo que oferece
também grande atrativo turístico como, o outro lado das Cataratas do Iguaçu,
museu de imagens da selva entre outros.
2.2 RELAÇÕES ECONÔMICAS NO EIXO ARGENTINA – BRASIL
Muitos acordos entre
Argentina e Brasil foram assinados, com objetivo de promover maior giro
comercial e, maior envolvimento de relações sociais e diplomáticas. Dentre
todos os acordos se destacam alguns como, o Tratado de Integração, Cooperação e
Desenvolvimento com o objetivo de consolidar uma área de livre comércio, que
foi fortificada com o MERCOSUL, destacando bens de capital como, trigo,
produtos alimentícios industrializados, indústria automotriz, cooperação nuclear,
transporte marítimo e terrestre. Seguindo em destaque, tem-se ainda o acordo da
liberação automotiva que prevê o livre comércio de peças e automóveis com
efetivo de tornar o eixo entre as duas nações a quinta maior indústria
automotiva do mundo.
A
junção comercial entre as duas nações evoluiu e muito a partir da criação do
MERCOSUL, fazendo com que as mesmas, se tornassem grandes estabilizadores do
continente, justificando-se a partir de dados publicados pela MDIC (Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) onde, em 1990 as exportações
do Brasil para a Argentina giravam em torno de US$ 645 milhões e em 2011,
ultrapassavam os US$ 22,7 bilhões e, nas importações da Argentina para o
Brasil, os valores em 1990 somavam US$ 1,6 bilhões e em 2011, os valores
subiram para US$ 16,9 bilhões.
Em
termos de porcentagem a Asociación de
Importadores y Exportadores de la República Argentina aponta o Brasil como
o primeiro posto de exportações e importações como pode-se observar a seguir
segundo a associação.
Si se analizan las ventas por país, el primer puesto como destino de las
exportaciones es Brasil, a cuyos envíos corresponde el 21% del total vendido.
Le sigue China con el 7,3%, Chile con el 5,6%, EE.UU. con el 5,1% y España con
el 3,5%. En el caso de las compras externas, también Brasil y China ocupan los primeros
lugares, con 30% y 14% respectivamente. Les sigue EE.UU. con el 10,4%, Alemania
con el 5% y México con el 3,4%. AIERA (2012 p.18)
Esses
dados apontam que há um bom crescimento econômico entre os países vizinhos
tanto que, recentemente segundo site PLANOBRASIL
(2011), os governos de ambos os países assinaram mais de 15 acordos bilaterais
destinados a aprofundar a integração e a cooperação entre os dois países.
Entretanto
nem sempre esses fatores comerciais acabam sendo muito vantajosos muitas vezes
tais situações, causam e geram certo “desconforto”, principalmente pelo lado
argentino, pois muitos alegam, que focar as vendas e as compras a um único país
pode afetar as indústrias locais, como define Aiera (2012) “En tiempos de crisis, tener tan concentradas las ventas externas en un
destino provoca problemas para la indústria”.
Porem vale ressaltar que esses fatores sempre
estão na balança tendo seus altos e baixos e, como a relação entre os países
sempre foi vista e interpretada com “rivalidade” mesmo ambos tendo boa
diplomacia entre si, tais fatores se fortalecem e acabam sendo facilmente
percebidos e analisados por inúmeros autores e estudiosos.
As importações da
Argentina originárias do Brasil vêm crescendo sensivelmente ao longo do
processo de integração, embora a participação do Brasil na economia argentina
seja significativamente superior à participação da Argentina na economia
brasileira. Tal fato acentua a percepção dos argentinos de que a relação com o Brasil
é assimétrica e desvantajosa, sobretudo para aqueles setores que precisam
competir com os produtos brasileiros. (PEIXOTO
& LOZA, 2003 apud DIETIZ, 2008 p. 47).
Mesmo com altos e baixos entre os acordos realizados, os
desajustes comerciais entre Argentina e Brasil, ficam mais intensos na medida
em que apontam as crises econômicas internacionais, fazendo com que os países
se resguardem, gerando medidas protecionistas como divulgou o programa “Conexão
Brasil” (Tv Brasil)4 que afirma que a Argentina estabeleceu um
sistema de licenças para autorizar as importações ao país, tal sistema teria
por objetivo, estimular o mercado interno e, evitar a fuga de capital.
Somando
os dois patamares da balança comercial entre as duas nações em pauta, têm-se os
reflexos existentes causados pelos interesses e sistema de governo de cada
país. Entretanto essas medidas, reforçam o
protencionismo do atual governo argentino, gerando uma incerteza para
investidores e impresários. Fato esse que foi divulgado pelo MDIC que aponda
uma redução de 11% no quadro de exportações do Brasil para a Argentina no
início de 2012 comparando o mesmo dado com o inicio de 2011, gerando um déficit
de aproximadamente US$ 600 milhões.
Segundo ainda o programa
“Conexão Brasil”, a reação do Brasil em relação a esses dados foi imediada,
aplicando no comércio com a Argentina, o “licenciamento não – automático” de
produtos como maçã, uva passa, batata, farinha de trigo e vinho, ficando esses
produtos retidos na fronteira. Como já foi citado anteriormente, Tal fato se
explica porque para o Brasil, interessa que a Argentina esteja bem para que a
mesma possa comprar os produtos manufaturados brasileiros.
4 Publicado no Youtube no dia 30 de
julho de 2012
<https://www.youtube.com/watch?v=F-MHdFCpWKM>
O objetivo das atitudes de reação do Brasil, é fazer com que
a Argentina possa ceder nas decisões e, voltar assim a equilibrar mais a
balança comercial entre âmbos os países, contribuindo mais com o bloco
comercial, justificando o interesse do Brasil onde para o mesmo é vantajoso ver
a Argentina desenvolvida e próspera, contribuindo de forma significativa nas
relações comerciais entre as duas nações, já que as mesmas possuem um bom nível
de entendimento como afirma Schwig et al (2009) “Entretanto, mesmo com o
surgimento dessas questões setoriais, Brasil e Argentina mantêm alto nível de
entendimento e coordenação”.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Argentina e Brasil possuem
grandes semelhanças e, ambas as nações sempre foram acompanhadas por algum
fator histórico que as marcou. Esse contexto se estende desde o povoamento dos
dois países com suas migrações e imigrações, seguindo pelas disputas que as
envolveram entre si até os acordos diplomáticos com as consequentes estratégias
e acordos comerciais. Tal semelhança ainda se destaca no cenário político,
pois, fica visível que ambos os países foram perseguidos por crises econômicas
ligadas de certa forma a corrupção que envolve o sistema político praticamente
idêntico entre ambas.
Seguindo com o conceito geral
e diferenciando-o por partes, tem-se ainda o interesse das duas nações no caso
Argentina e Brasil, em desenvolver sua economia a fim de se destacar no cenário
internacional e, essa ideologia ganhou forças com a criação do Mercosul. Entretanto,
os dois países encontram dificuldades quando pretendem por em prática suas
ações e assim, passam por várias fases econômicas vivendo altos e baixos e,
realizando malabarismos para equilibrar a balança comercial.
Muitas das ações
realizadas pelos dois países envolvem toda a região de fronteira, principalmente
as que são por terra. Nesses lugares a população possui intensos laços
comerciais e, portanto, é possível verificar que há uma nova e única região com
duas culturas destinas, onde grande parte da economia entra e sai de um país ao
outro. Essas ações desenvolvem ainda muitos projetos que visam desenvolver uma
dinâmica que busca facilitar acordos e projetos destinados nas áreas de
educação, cultura e economia, mas, focando mais os aspectos econômicos.
Muitas evoluções ocorreram
entre os dois países fazendo com que os mesmos evoluíssem fortalecendo e firmando
cada vez mais acordos econômicos entre si. Entretanto, muitas vezes esses
acordos causam desconfortos principalmente no setor industrial interno, visto
que a uma grande desvalorização dos produtos nacionais, gerando “protestos” e
cobranças de taxas adicionais provocando um desequilíbrio na balança comercial.
Essas ações não agradam o Brasil, visto que suas reações sempre são imediatas
gerando como resposta ações alfandegárias visando justamente pressionar o
governo argentino a ceder, isso acontece, pois para o Brasil é vantajosos ter
uma Argentina que compre seus manufaturados, assim, o risco econômico diminui e
o processo de investimento aumenta equilibrando a balança comercial.
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