ESTE BLOG POSSUI CONTEÚDOS ACADÊMICOS RELACIONADOS AO CURSO DE GEOGRAFIA (LICENCIATURA) E, CONTEÚDOS DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA. OBRIGADO PELA VISITA.

COLABORE COM O DESENVOLVIMENTO DESTE BLOG, PARA MAIS ESTUDOS E INFORMAÇÕES IMPORTANTES. MANDE SUA COLABORAÇÃO PARA BANCO DO BRASIL AGENCIA 4079-7 CONTA 9.4222-7 ITAIPULÂNDIA / PARANÁ.

INTERESSE EM PATROCINAR ESTE BLOG ENTRE EM CONTATO PELO E-MAIL anderson_josebender@hotmail.com

Quem sou eu

Minha foto
Sou simples, honesto, sincero, dedicado, carinhoso, compreensível e de muita fé em DEUS. Sou católico, Professor formado em Educação Infantil, pelo curso de formação de docentes do C.E.P.E.M (Colégio Estadual Padre Eduardo Michelis) de Missal - PR, formado em Geografia (licenciatura) pela UNIGUAÇU – FAESI, e Pós - Graduado em Educação Especial e Inclusiva.

Pesquisar no blog

Origem das Visitas

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Artigo sobre relações geopolíticas

AS RELAÇÕES GEOPOLÍTICAS ENTRE ARGENTINA E BRASIL

BENDER, Anderson José¹.
MARASCA, Ricardo Cirino².
FERREIRA, Graziele³.

RESUMO
O presente artigo busca repassar informações sobre as relações geopolíticas entre Argentina e Brasil. As duas nações se assemelham muito e, desde o início de sua colonização passaram por vários momentos que se tornaram históricos. No princípio, viviam na hostilidade e, portanto, muitas guerras e revoltas foram realizadas entre si o que levou ambos a gerarem muitas dividas externas. Pouco antes da criação do Mercosul, as hostilidades entre os dois países, foi dando lugar a uma maior diplomacia e, com a efetivação do Mercosul a situação melhorou e vários acordos foram firmados entre si, desenvolvendo estratégias conjuntas principalmente nas áreas de fronteira visando melhorias na educação, cultura e economia, gerando intercâmbios para melhorar a relação e suas ações, visando desenvolver as mesmas para se destacar de maneira mais ampla no cenário internacional. Entretanto mesmo com toda essa abrangência os dois países parecem não ter esquecido a “rivalidade” e, nas fases dos “altos e baixos”, mas de forma pacífica um pressiona o outro a fim de evitar decisões precipitadas que possam prejudicar a balança comercial de ambos, visando uma melhor contribuição com o bloco comercial.

Palavras chave: Economia – Relações – Nações – Acordos – Aspectos.

RESUMEN
Este artículo trata de transmitir informaciones sobre las relaciones geopolíticas entre Argentina y Brasil. Las dos naciones son muy similares, y desde el comienzo de su colonización han sufrido varios momentos que se han convertido históricamente. Al principio, vivieron en la hostilidad y por lo tanto muchas guerras y revueltas se hicieron entre sí y, que los llevó  a generar muchas deudas externas. Poco antes de la creación del Mercosur, las hostilidades entre los dos países, fueran dando paso a una mayor diplomacia y con la realización de Mercosur, la situación mejoró y, se firmaron varios acuerdos con los demás, el desarrollo de estrategias conjuntas, especialmente en las zonas fronterizas para la mejora de la educación, la cultura y la economía, generando intercambios para mejorar la relación y sus acciones para el desarrollo de la misma a destacar de manera más amplia en el ámbito internacional. Pero aún con todo esta cobertura, los dos países parecen continuar con la "rivalidad" y, en las fases de subidas y bajadas, pero pacíficamente, presionando entre sí para evitar decisiones precipitadas que puedan afectar y perjudicar a la balanza comercial de los dos,  con el objetivo de mejorar para la  mejor contribución al bloque comercial.

Palabras clave: Economía - Relaciones - Naciones Unidas - Acuerdos - Aspectos.

¹ Formado no curso Formação de Docentes (2008) pelo Colégio Estadual Padre Eduardo Michelis de Missal – PR: CEPEM e atualmente acadêmico do 7° período de geografia (licenciatura) da UNIGUAÇU – FAESI de São Miguel do Iguaçu – PR. E-mail: anderson_josebender@hotmail.com
² Formado no ensino médio (2001) pelo Colégio São Luís Razão de Foz do Iguaçu – PR: e atualmente acadêmico do 7° período de geografia (licenciatura) da UNIGUAÇU – FAESI de São Miguel do Iguaçu – PR. E-mail: ricardo_marasca@hotmail.com
³ Professora orientadora da UNIGUAÇU – FAESI de São Miguel do Iguaçu – PR. E-mail: grazieleferre@hotmail.com
  

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como tema, discutir as relações geopolíticas entre Argentina e Brasil, objetivando-se em analisar as questões que envolvem especificamente os aspectos políticos e econômicos, que comandam as “discussões” de ambas as nações, sendo uma ligada à outra.
 De acordo com informações das enciclopédias digitais, os dois países somam juntos, em torno de 63% da área sul americana, 60% da população e 61% do PIB, sendo o Brasil um dos maiores aliados da Argentina na questão comercial e vice versa.
Desde o período histórico, os laços entre os dois países sempre estiveram ligados, tanto em caráter hostil ou não. Lutaram em lados opostos em diferentes guerras e, formaram relações opostas em fóruns internacionais. Um independente da Espanha e o outro de Portugal no início do século XIX herdaram muitas disputas e, muitas delas de certa forma não foram resolvidas, mas, que foi definida pela pacificação aberta na maior parte dos séculos XIX e XX.
Atualmente, a convergência diplomática substituiu a disputa e, desde os anos 1980 gerou uma aproximação entre as duas nações que se intensificaram com a criação do MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) que, gerou entre ambas, uma intensificação nas trocas comerciais e também, um aumento no fluxo migratório entre os dois países, não que não houvesse antes, mas, após a criação de livre comércio essas ações aumentaram, com o objetivo de juntas, inserirem a América do Sul no mapa do desenvolvimento mundial, destacando-se ainda mais com a criação da Agência Brasileiro – Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares.
Atualmente, a Argentina vem se apresentando para o Brasil, como prioridade absoluta na política externa brasileira, sendo o país vizinho, de interesse vital para os brasileiros segundo, investigação da comunidade de política externa brasileira, como aponta Roberto Bouzas.
 [...] Una investigación reciente entre la comunidad de política externa brasileña identificó a la Argentina como uno de tres países en los que “Brasil tiene un interés vital”. De igual modo, la opinión mayoritaria en una encuesta realizada en la Argentina colocó a Brasil el segundo lugar en una lista de socios con los que la Argentina debería mantener las “relaciones más firmes y estrechas. BOUZAS (2009 p.1)

Para desenvolver o tema proposto buscou-se realizar, pesquisas bibliográficas que se apresentam através de sustentação teórica a partir de dados e teses, dissertações e órgãos do governo como os do OBSERVATORIO ECONÓMICO DE LA RED MERCOSUR, IBGE. Para complementar a pesquisa usou-se ainda de observação em mapas, pesquisas in loco e, viagens à fronteira a fim de embasar o assunto de forma clara e objetiva, sendo que estas pesquisas são consideradas suficientes para alcançar os objetivos do artigo que são os de analisar as questões geopolíticas entre as duas nações.

2  FATORES SÓCIOS – POLÍTICOS SEMELHANTES ENTRE ARGENTINA E BRASIL
Perante o cenário internacional, Argentina e Brasil ocupam posições parecidas, pois, de certa maneira encontram dificuldades para competir com as grandes nações desenvolvidas que compõe a esfera mundial. As comparações entre os dois países se dão desde os tempos históricos, começando pela formação territorial onde, o Brasil se redesenha primeiro pelo resultado do Tratado de Madri em 1750 e pouco depois, a Argentina começou a se redesenhar a partir da criação do vice-reinado do Prata, em 1778. Na época, a única diferença foi que uma nação partiu das lutas espanholas no caso a Argentina e a outra das lutas portuguesas no caso o Brasil.
Com o passar dos tempos, as duas nações foram evoluindo, mas, encontravam barreiras dentro desse processo, pois, eram subpovoadas, ou seja, possuíam uma população muito baixa, tendo um grande espaço territorial disponível por habitante que fez com que se abrissem espaços para as imigrações deixando o Brasil em vantagem perante a Argentina, pois, a população brasileira teve maior crescimento que a da argentina.
Entretanto, a diferença numérica da população, não significou que a população brasileira estivesse também mais evoluída que a população argentina, pois, no Brasil não havia uma inclusão social, já na Argentina esse processo era bem mais dinâmico, pois, eram mais livres e de maior participação política.

A inferioridade numérica da população argentina em relação ao Brasil, era um pouco compensada em função de sua maior inclusão social, em detrimento da população ser majoritariamente livre, mais mobilizada e com maior grau de envolvimento nas estruturas estatais e na atividade política.  CARVALHO (2008 p.15)

Outro fator que assemelha muito as duas nações em pauta são os fatores econômicos, pois, tanto a Argentina, quanto o Brasil foram muitas vezes perseguidos por crises econômicas como em destaque à crise de 1870. Porém, na época a Argentina se sobressaiu primeiro devidos aos altos ganhos nos lucros internacionais através da agropecuária já o Brasil, estava encurralado no baixo preço do café que na ocasião era a sua principal renda econômica.
Essa época não significou a falência do Brasil e nem, o desenvolvimento econômico da Argentina, porém ambos novamente se assemelham, pois, concluíram o século em crise como aponta Carvalho (2008) “Ambos os países finalizaram o século XIX com crises, no Brasil, sobretudo política e na Argentina, sobretudo econômica”.
As crises em questão, que acompanharam ambos os países em boa parte do tempo, colocaram os mesmos em dividas tanto externas quanto internas, pois, sempre que se sentiam “encurralados”, recorriam a empréstimos para tentar reequilibras suas economias que se tornavam sempre muito abaladas.
Argentina e Brasil ficam mais uma vez em igualdade, quando se unem para derrubar o general paraguaio Solano Lopes na guerra do Paraguai. Na época, a guerra foi financiada pela Inglaterra, pois a mesma estava insatisfeita com as atitudes do general paraguaio e não hesitou em dar “total apoio” para a Argentina e o Brasil, como afirma Carvalho (2008) “A Inglaterra insatisfeita com a postura de Lopez, financiou o Brasil e a Argentina contra o mesmo, que acabou iniciando uma ação hostil contra seus vizinhos”.
Outro detalhe menos observado, mas, de certa forma importante e preocupante, é o fato da corrupção entre ambos os países ser muito semelhante. Assim como no Brasil, o período eleitoral argentino é dotado de falsas promessas que visam iludir o povo humilde e sofrido. Grande parte dos políticos argentinos busca contratar publicitários brasileiros para realizar suas propagandas o que, faz com que muitos se perguntem, qual seria o interesse real disso? A resposta é simples, assim como o Brasil, a Argentina é um país subdesenvolvido querendo emergir, fato esse, que acaba trazendo investidores e, de certa forma, faz gerar um grande capital econômico que precisa passar por licitações e aprovações o que, desperta o apetite político de muitos, não em benefício do povo, mas sim, em benefício próprio com o objetivo de enriquecimento fácil as custa da nação em geral.

2.1 RELAÇÕES FRONTEIRIÇAS ENTRE ARGENTINA E BRASIL

Dentro dos fatores geopolíticos entre Argentina e Brasil, tem-se a questão de fronteira, que surge nas Cataratas do Iguaçu, que estão localizadas no município de Foz do Iguaçu no Paraná, seguindo os percursos do Rio Iguaçu, Rio Santo Antônio, Rio Pepirí Guassu e Rio Uruguai até a foz do Rio Quaraí, tendo aproximadamente, 1236 km de extensão.
Durante toda essa extensão fronteiriça entre os países têm-se cidades praticamente integradas uma na outra, separadas apenas por uma rua como é o caso de Barracão no Paraná e Dionísio Cerqueira em Santa Catarina. As duas cidades fazem fronteira com o município de Bernardo Irigoyen da província de Missiones na Argentina e, ambas encontram-se separadas apenas por uma rua, como pode-se observar na figura 1 a seguir:

FIGURA 1:
Localização da fronteira seca entre Argentina e Brasil
 

Fonte: https://maps.google.com.br/maps?hl=pt-BR&tab=wl


Visitando a cidade, é fácil de identificar que há um grande fluxo de pessoas de ambas as nacionalidades que circulam livremente de um lado a outro, tanto a turismo como a trabalho, gerando de certa forma uma “nova” região exclusiva e homogênea, mas, provida de duas nacionalidades e três culturas distintas mas, que de certa forma se consideram um único povo com os mesmo costumes locais.
Na questão comercial entre ambos, as moedas são aceitas sem a necessidade de câmbio e, em muitos comércios é possível encontrar os valores calculados tanto em real moeda brasileira quanto em peso moeda argentina. 
Esses fatores que unem as cidades de fronteira entre Argentina e Brasil, são consideradas estratégias conjuntas que permitem várias alternativas tanto na área educacional como na área comercial. Visando essas estratégias, e o livre acesso entre os povos locais de fronteira, fortaleceram-se ainda mais os laços diplomáticos, fazendo surgir novos acordos que se destinaram muito na área cultural e educacional como o entendimento doutoral entre os dois países que autoriza o conhecimento mutuo dos títulos de doutorado, favorecendo o intercâmbio de estudantes entre universidades argentinas e brasileiras e também, a declaração de Buenos Aires que incentiva a criação de programas conjuntos de traduções de livros e a troca de experiências nas áreas acadêmicas e de gestão pública.
Essas ações vistas têm por objetivo criar um grande contexto de desenvolvimento, melhorando a qualidade de vida local, resolvendo problemas existentes e facilitando a vida da população em geral. Tudo isso, está fundamentado no MERCOSUL que tem em suas vertentes essas ações de desenvolvimento econômico, político e social.

Diversos são os fatores que levam as nações a associarem-se em blocos regionais mas, principalmente, referem-se a motivos econômicos e políticos. Os elementos que as integram visam ao aprofundamento de um projeto conjunto por meio da resolução de problemas e diferenças no contexto que as cerca. No plano fronteiriço pesquisado, a integração encerra grandes expectativas, uma vez que, as ações perpetradas por estas cidades de fronteira se apresentam como uma importante opção ao desenvolvimento econômico e social de suas regiões. CORRÊIA et al (2007 p.4)
 
Todas essas ações se ramificam por toda a fronteira entre Argentina e Brasil e algumas se destacam mais como o caso da tríplice fronteira que envolve Argentina, Brasil e Paraguai como pode – se observar Na figura 2 a seguir.

FIGURA 2:
Localização da fronteira entre Argentina e Brasil
 

Fonte: https://www.google.com.br/maps/ms?ie=UTF8&oe=UTF8&msa=0&msid=214270592339966465662.0004c3754758007a66778



Nessa região temos uma das maiores concentrações de povos existentes e, é onde se concentra um grande fluxo de entrada e saída de produtos. Outro fator que deixa a região muito conhecida e divulgada são os grandes atrativos turísticos que englobam tanto o lado brasileiro como o paraguaio e argentino, nesse sentido pode-se destacar as belezas naturais existente no município de Foz do Iguaçu, como as Cataratas do Iguaçu, o parque nacional entre outros e, no lado paraguaio, o grande fluxo de compristas que buscam baixos preços e produtos diversificados. Um somado ao outro, têm-se a Argentina próximo que oferece também grande atrativo turístico como, o outro lado das Cataratas do Iguaçu, museu de imagens da selva entre outros.  

 
2.2 RELAÇÕES ECONÔMICAS NO EIXO ARGENTINA – BRASIL

Muitos acordos entre Argentina e Brasil foram assinados, com objetivo de promover maior giro comercial e, maior envolvimento de relações sociais e diplomáticas. Dentre todos os acordos se destacam alguns como, o Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento com o objetivo de consolidar uma área de livre comércio, que foi fortificada com o MERCOSUL, destacando bens de capital como, trigo, produtos alimentícios industrializados, indústria automotriz, cooperação nuclear, transporte marítimo e terrestre. Seguindo em destaque, tem-se ainda o acordo da liberação automotiva que prevê o livre comércio de peças e automóveis com efetivo de tornar o eixo entre as duas nações a quinta maior indústria automotiva do mundo.
A junção comercial entre as duas nações evoluiu e muito a partir da criação do MERCOSUL, fazendo com que as mesmas, se tornassem grandes estabilizadores do continente, justificando-se a partir de dados publicados pela MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) onde, em 1990 as exportações do Brasil para a Argentina giravam em torno de US$ 645 milhões e em 2011, ultrapassavam os US$ 22,7 bilhões e, nas importações da Argentina para o Brasil, os valores em 1990 somavam US$ 1,6 bilhões e em 2011, os valores subiram para US$ 16,9 bilhões.
Em termos de porcentagem a Asociación de Importadores y Exportadores de la República Argentina aponta o Brasil como o primeiro posto de exportações e importações como pode-se observar a seguir segundo a associação.

Si se analizan las ventas por país, el primer puesto como destino de las exportaciones es Brasil, a cuyos envíos corresponde el 21% del total vendido. Le sigue China con el 7,3%, Chile con el 5,6%, EE.UU. con el 5,1% y España con el 3,5%. En el caso de las compras externas, también Brasil y China ocupan los primeros lugares, con 30% y 14% respectivamente. Les sigue EE.UU. con el 10,4%, Alemania con el 5% y México con el 3,4%. AIERA (2012 p.18)

 
Esses dados apontam que há um bom crescimento econômico entre os países vizinhos tanto que, recentemente segundo site PLANOBRASIL (2011), os governos de ambos os países assinaram mais de 15 acordos bilaterais destinados a aprofundar a integração e a cooperação entre os dois países.
Entretanto nem sempre esses fatores comerciais acabam sendo muito vantajosos muitas vezes tais situações, causam e geram certo “desconforto”, principalmente pelo lado argentino, pois muitos alegam, que focar as vendas e as compras a um único país pode afetar as indústrias locais, como define Aiera (2012) “En tiempos de crisis, tener tan concentradas las ventas externas en un destino provoca problemas para la indústria”.
 Porem vale ressaltar que esses fatores sempre estão na balança tendo seus altos e baixos e, como a relação entre os países sempre foi vista e interpretada com “rivalidade” mesmo ambos tendo boa diplomacia entre si, tais fatores se fortalecem e acabam sendo facilmente percebidos e analisados por inúmeros autores e estudiosos.

As importações da Argentina originárias do Brasil vêm crescendo sensivelmente ao longo do processo de integração, embora a participação do Brasil na economia argentina seja significativamente superior à participação da Argentina na economia brasileira. Tal fato acentua a percepção dos argentinos de que a relação com o Brasil é assimétrica e desvantajosa, sobretudo para aqueles setores que precisam competir com os produtos brasileiros. (PEIXOTO & LOZA, 2003 apud  DIETIZ, 2008 p. 47).
 
Mesmo com altos e baixos entre os acordos realizados, os desajustes comerciais entre Argentina e Brasil, ficam mais intensos na medida em que apontam as crises econômicas internacionais, fazendo com que os países se resguardem, gerando medidas protecionistas como divulgou o programa “Conexão Brasil” (Tv Brasil)4 que afirma que a Argentina estabeleceu um sistema de licenças para autorizar as importações ao país, tal sistema teria por objetivo, estimular o mercado interno e, evitar a fuga de capital.
Somando os dois patamares da balança comercial entre as duas nações em pauta, têm-se os reflexos existentes causados pelos interesses e sistema de governo de cada país. Entretanto essas medidas, reforçam o protencionismo do atual governo argentino, gerando uma incerteza para investidores e impresários. Fato esse que foi divulgado pelo MDIC que aponda uma redução de 11% no quadro de exportações do Brasil para a Argentina no início de 2012 comparando o mesmo dado com o inicio de 2011, gerando um déficit de aproximadamente US$ 600 milhões.
Segundo ainda o programa “Conexão Brasil”, a reação do Brasil em relação a esses dados foi imediada, aplicando no comércio com a Argentina, o “licenciamento não – automático” de produtos como maçã, uva passa, batata, farinha de trigo e vinho, ficando esses produtos retidos na fronteira. Como já foi citado anteriormente, Tal fato se explica porque para o Brasil, interessa que a Argentina esteja bem para que a mesma possa comprar os produtos manufaturados brasileiros.
4 Publicado no Youtube no dia 30 de julho de 2012 <https://www.youtube.com/watch?v=F-MHdFCpWKM>
  
O objetivo das  atitudes de reação do Brasil, é fazer com que a Argentina possa ceder nas decisões e, voltar assim a equilibrar mais a balança comercial entre âmbos os países, contribuindo mais com o bloco comercial, justificando o interesse do Brasil onde para o mesmo é vantajoso ver a Argentina desenvolvida e próspera, contribuindo de forma significativa nas relações comerciais entre as duas nações, já que as mesmas possuem um bom nível de entendimento como afirma Schwig et al (2009) “Entretanto, mesmo com o surgimento dessas questões setoriais, Brasil e Argentina mantêm alto nível de entendimento e coordenação”.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Argentina e Brasil possuem grandes semelhanças e, ambas as nações sempre foram acompanhadas por algum fator histórico que as marcou. Esse contexto se estende desde o povoamento dos dois países com suas migrações e imigrações, seguindo pelas disputas que as envolveram entre si até os acordos diplomáticos com as consequentes estratégias e acordos comerciais. Tal semelhança ainda se destaca no cenário político, pois, fica visível que ambos os países foram perseguidos por crises econômicas ligadas de certa forma a corrupção que envolve o sistema político praticamente idêntico entre ambas.
Seguindo com o conceito geral e diferenciando-o por partes, tem-se ainda o interesse das duas nações no caso Argentina e Brasil, em desenvolver sua economia a fim de se destacar no cenário internacional e, essa ideologia ganhou forças com a criação do Mercosul. Entretanto, os dois países encontram dificuldades quando pretendem por em prática suas ações e assim, passam por várias fases econômicas vivendo altos e baixos e, realizando malabarismos para equilibrar a balança comercial.
Muitas das ações realizadas pelos dois países envolvem toda a região de fronteira, principalmente as que são por terra. Nesses lugares a população possui intensos laços comerciais e, portanto, é possível verificar que há uma nova e única região com duas culturas destinas, onde grande parte da economia entra e sai de um país ao outro. Essas ações desenvolvem ainda muitos projetos que visam desenvolver uma dinâmica que busca facilitar acordos e projetos destinados nas áreas de educação, cultura e economia, mas, focando mais os aspectos econômicos.
Muitas evoluções ocorreram entre os dois países fazendo com que os mesmos evoluíssem fortalecendo e firmando cada vez mais acordos econômicos entre si. Entretanto, muitas vezes esses acordos causam desconfortos principalmente no setor industrial interno, visto que a uma grande desvalorização dos produtos nacionais, gerando “protestos” e cobranças de taxas adicionais provocando um desequilíbrio na balança comercial. Essas ações não agradam o Brasil, visto que suas reações sempre são imediatas gerando como resposta ações alfandegárias visando justamente pressionar o governo argentino a ceder, isso acontece, pois para o Brasil é vantajosos ter uma Argentina que compre seus manufaturados, assim, o risco econômico diminui e o processo de investimento aumenta equilibrando a balança comercial.

4 REFERÊNCIAS

AIERA, Asociación De Importadores y Exportadores de la República Argentina. Análisis del Comercio Exterior argentino en 2011 Reflexiones para favorecer la producción nacional. Disponible en: < http://www.aiera.org/pdf/info20.pdf> Buenos Aires, 2012.
BOUZAS, Roberto. Las relaciones económicas Argentina – Brasil: Reconstruyendo um interés comum. Observatorio económico de la red MERCOSUR, 2009.

CARVALHO, Deborah Prado. A relação Brasil e Argentina Desdobramentos do período Pós- Redemocratização, até o século XXI / Monografia, Belo Horizonte / MG, Centro Universitário de Belo Horizonte, 2008.

CORRÊA, Gilson César Pianta; MIRANDA, Sandro Ari Andrade; RAMIRES, Luciano da Rosa. A integração nas cidades da fronteira argentino-brasileira na esfera do MERCOSUL. XVI CIC Pesquisa e responsabilidade ambiental, 2007.

DIETZ, Circe Inês. Cenários contemporâneos da Fronteira Brasil-Argentina: Infra – estrutura estratégicas e o papel dos atores no processo de cooperação/integração transfronteiriça.  / Dissertação (Mestrado) Porto Alegre/RS, UFRGS, 2008.

MDIC, Ministério do desenvolvimento, indústria e comércio exterior. Net, Brasil, Jun. 2012. Seção comércio exterior. Disponível em: <http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=450> Acesso em: 12/06/2013 às 18h55min.
PLANOBRASIL, Defesa e inovação tecnológica. Net, Brasil, Fev. 2011. Seção geopolítica. Disponível em: <http://www.planobrazil.com/brasil-e-argentina-assinam-15-acordos-bilaterais/>  Acesso em: 12/06/2013
SCHWEIG, Cristiane; EVANGELISTA, Oscar Camilo Silva; NIQUE, Walter Meucci. Histórico das Relações de Integração Econômica entre Brasil e Argentina e suas
influências na Configuração e no Futuro do MERCOSUL. colloque de l’IFBAE – Grenoble, PPGA/UFRGS, 2009.
SOUZA, Edson Belo Clemente de. GEMELLI, Vanderléria. Território, região e fronteira: análise geográfica integrada da fronteira Brasil/Paraguai. XIV Encontro Nacional da ANPUR: Rio de Janeiro / RJ, 2011.

YOUTUBE. Programa Conexão Brasil - Relações Brasil – Argentina. Net, Brasil, Jul. 2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=F-MHdFCpWKM> acesso em 12/06/2013 às 17h18min.
  São Miguel do Iguaçu. Maio de 2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Marcadores