UNIGUAÇU
– UNIÃO DE ENSINO SUPERIOR DO IGUAÇU LTDA.
FAESI
– FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DE SÃO MIGUEL DO IGUAÇU
ISE
– INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO
CURSO
DE GEOGRAFIA
Geografia
do Estado do Paraná
ADELSON
VITORINO
ALESSANDRA
DALMAS
ANDERSON
JOSÉ BENDER
BRUNA
FABIANA LUNARDI
GÉSSICA
PEREIRA
OS SOLOS PARANAENSES E A DIFERENCIAÇÃO
ENTRE O
OESTE E NOROESTE.
Artigo
apresentado à disciplina de Geografia do Estado do Paraná da Faculdade de
Ensino Superior de São Miguel do Iguaçu, sob orientação da Professor: Me. Leandro
N. Bortoluzzi.
SÃO
MIGUEL DO IGUAÇU
2013
BENDER,
Anderson José.
DALMAS,
Alessandra.
LUNARDI,
Bruna Fabiana.
PEREIRA,
Géssica.
VITORINO,
Adelson
OS SOLOS PARANAENSES E A DIFERENCIAÇÃO
ENTRE O OESTE E NOROESTE.
Resumo
O
presente trabalho busca repassar informações sobre o Estado do Paraná na
questão da grande diversidade de solos que o mesmo possui ao longo do seu
território. Em toda a sua extensão encontram-se vários solos como latossolo,
neossolo, organossolo, argissolo, nitossolo, cambissolo, gleissolo e
espodossol. Quando esses se encontram tem-se ainda uma serie de solos em
transição que aumenta o numero de solos encontrados, fazendo do estado do
Paraná um grande e diversificado produtor e várias formas de subsistência.
Entretanto essa diferenciada quantidade de solos também tem seu aspecto
negativo, pois dentro dessa grande diversidade encontram-se grandes problemas
erosivos que afetam a produção e o meio de forma geral e, destacando a região
oeste e noroeste do estado percebe-se que mais ao norte o problema se
intensifica mais devido ao solo ser mais frágil.
Palavras chave: Paraná – Solos – Erosão – Formação –
Diferenciação.
1 INTRODUÇÃO
O
Estado do Paraná a modo geral possui uma grande diversidade de solos espalhados
ao longo do seu território o que faz dele um grande produtor de grãos onde
também, existe uma grande diversidade de cultivos e fontes de subsistência que
abastecem a economia do Estado. Entretanto, toda essa diversificação de
produtos cultivados também tem incluídos grandes problemas erosivos se
destacando mais em algumas regiões do que em outras.
O
estudo de pesquisa realizado tem por objetivo apresentar os tipos de solos e,
os problemas encontrados nas regiões oeste (quarta maior do Estado) e noroeste (terceira
maior do Estado), destacando uma série de fatores que se apresentam nessas duas
regiões destacando os processos erosivos.
Para
se compreender melhor todo esse conceito abordado é necessário buscar a origem
da formação dos solos no estado do Paraná que se apresenta desde era mesozoica
até praticamente na atualidade onde se observa a transformação de certas
regiões.
2 A FORMAÇÃO DOS SOLOS PARANAENSES
De acordo com site uol educação (2006) publicação
de Mariana Aprile, “o processo de formação do solo ou pedogênese se inicia com
o intemperismo do material de origem dos solos”. Baseado nesse contexto tem-se
então, fenômenos físicos, químicos e biológicos que agem sobre o material de
origem.
O tipo e intensidade do intemperismo podem ser
relacionados com a temperatura, pluviosidade e a vegetação de uma região. O
intemperismo físico predomina nas regiões de temperatura e pluviosidade baixas.
Já nos trópicos, onde as temperaturas são mais elevadas e a ação da chuva e a
biológica são mais intensas, o intemperismo químico é mais pronunciado.
Esse processo levou ao surgimento dos solos
paranaenses que ao longo do seu território possuem uma diferenciada
quantidade de solos destacando-se latossolos, neossolos, argissolos,
nitossolos, cambissolos, gleissolos, espodossolos, organossolos,
2.1 OS PRINCIPAIS TIPOS DE SOLOS
O
latossolo é um solo profundo com cerca de 2 metros de profundidade. Geralmente são
de baixa fertilidade e ocupam normalmente os topos de paisagens, em relevos
mais planos. De maneira geral, são muito porosos, permeáveis, com boa drenagem.
À
nível geral, o latossolo é a principal classe dos solos encontrada no Estado do
Paraná sendo distribuído em aproximadamente 31% de todo o território sendo
muito usado na produção rural. Apesar de ser de baixa fertilidade com adubação
adequada e um bom trabalho de correção de solo, acaba se tornando muito
produtivo, justamente porque é um solo de baixo risco de erosão e fortemente
resistente para suportar estradas, construções.
O
neossolo se encontra em 22% do território paranaense. É um solo com muitos
obstáculos para se usar, pois, possui um relevo declivoso de pouca espessura e
com muita presença de pedras. O neossolo
se apresenta ainda sendo de alta e baixa qualidade, sendo usado para a
agricultura quando encontrado em forma fértil, já quando se apresentam com
baixa fertilidade acabam sendo usados para a preservação da fauna e flora.
Quando
se relaciona o neossolo à ocupação urbana o mesmo não é recomendado, pois, é
altamente erosivo. Outra questão que interfere nesse processo é que o mesmo tem
baixa capacidade de retenção de substâncias químicas e água que acabam por
resultar em sua baixa capacidade de atuar como filtro de materiais poluentes.
O
argissolo se apresenta como sendo um solo com reduzida capacidade de reter
nutriente para as plantas em algumas áreas. Estes solos são predominantes em
15,5 % do território do estado do Paraná, entretanto, são escassos no norte,
oeste e sudoeste do estado, sendo mais encontrados normalmente em terrenos
declivosos.
Quando
se relaciona esse solo à agricultura obtêm-se solos férteis e pobres
quimicamente dependendo da origem da rocha de origem que o formou. Mesmo se
apresentando em algumas vezes como solos férteis, são bastante propícios à
erosão, principalmente em relevos mais declivosos.
O
nitossolo é caracterizado pela presença de argila em sua composição. Isso
ocorre devido ao fato das áreas superficiais do solo estar em alguns lugares em
suspensão na água, ou por expansão e contração das argilas do solo.
Este
solo está predominante em 15% do território paranaense principalmente nas
regiões norte, oeste e sudoeste do estado e, em relevos moderadamente
declivosos, se apresentando com boa fertilidade, mas, que podem apresentar
risco de erosão quando mecanizados isso porque muitas vezes está em relevo
acidentado se tornando um fator preocupante nesse tipo de solos.
Os
cambissolo estão no Estado do Paraná na proporção de 11% e tem pouca espessura
na sua formação com fertilidade bastante variável, podendo ser baixa ou alta,
dependendo da rocha de origem e do clima que se apresenta na região e isso, se
torna mais frequente nos relevos acidentados, entretanto, em relevo plano com
correção do solo e com o uso de adubos químicos este solo acaba se tornando
bastante fértil e produtivo.
Como
a maioria dos quando este se encontra em terrenos acidentados ele também sofre
com a erosão e facilitam o assoreamento dos rios, ou seja, em linguajar popular
o “entupimento” do rio. Essa situação é agravada quando, juntamente com o solo,
são levados adubos e outros produtos químicos, que irão contaminar rios e
lagos. Assim sendo recomenda-se que estes solos em suas áreas mais complicadas
sejam destinados à preservação da fauna e flora ou pastagem descartando a
ocupação urbana por apresentarem problemas sanitários e deslizamentos.
O
gleissolo é um solo bastante escasso no Estado sendo predominante em apenas 1%
do território paranaense, isso porque está nas regiões planas ou abaciadas (brejos
e banhados dos rios e manguezais), nas quais há excesso de água.
Quando
estes solos são drenados podem ser utilizados na agricultura. Geralmente estes solos
de baixa fertilidade, o que implica na obrigatoriedade de emprego de adubos e
corretivos. Apesar do seu uso quando usado o emprego de técnicas de
aperfeiçoamento, quando estes solos estão próximos a rios e lados facilita a
contaminação da água subterrânea com produtos químicos e adubos utilizados na
agricultura. Devido a essa fragilidade ambiental, as leis ambientais vigentes
passaram a proteger grande parte desses solos, transformando-os em áreas de
preservação ambiental. A ocupação urbana destes solos é desaconselhada, por
apresentarem excesso de água e serem sujeitos à inundação. Nos manguezais estes
solos apresentam grande importância para manter a estabilidade deste frágil ambiente
litorâneo.
O
espodossolo é um dos mais raros no Estado do Paraná estando na proporção de
0,5% sendo muitas vezes duro e permeável a agua possuindo grande quantidade de
areia em sua composição sendo de baixa qualidade, não absorvendo muitos
nutrientes nem conseguem ter retenção de água sendo um solo totalmente
desregular, pois, em períodos secos ocorre escassez de água e em épocas
chuvosas apresenta grande acumulo de água sendo assim pouco usado para a
agricultura.
Por
serem muito arenosos estes solos são muito frágeis segundo especialistas devem
ser usados apenas para a preservação da fauna e flora. Graças à grande
capacidade de infiltração e baixo poder de retenção de poluentes, o lençol
freático pode ser facilmente contaminado por adubos, agrotóxico e poluente
urbano ou industrial o que na teoria, se apresenta como sendo um solo não
propício também para o espaço urbano.
O
arganossolo também se encontra em proporção rara no Estado se apresentando numa
área de 0,5% do território. Este solo não possui oxigênio, o que faz com que a
composição da matéria orgânica que se acumula seja decomposta de forma muito
lenta se acumulando ao longo dos anos.
Como
esses solos são muito encharcados é necessário realizar abertura de valas
(drenagem) para se ter uma possível prática agrícola, pois, com essa prática se
acelera a decomposição da matéria orgânica e, esse processo se tornou frequente
devido ao grande acúmulo de matéria orgânica e relevo plano. Entretanto, a
atual legislação ambiental restringe o uso destes solos devido à sua grande importância
para meio ambiente por abrigarem fauna e flora específicas e funcionarem como
verdadeiras esponjas na retenção de água proveniente das chuvas e das partes
altas do relevo, ajudando na manutenção dos rios e na recarga dos aquíferos.
Outro
fator que restringe o uso desses solos para a agricultura e moradia é a sua
proximidade com os cursos de água (rios, córregos, nascentes), e a elevada
saturação por água, o que acabam por tornam essas áreas facilmente
contamináveis por agrotóxicos, adubos e outros produtos químicos
2.2 A DIFERENCIAÇÃO DOS SOLOS DO OESTE E
DO NOROESTE
2.2.1 Solos do oeste
No
oeste do Paraná temos a predominância do Latossolo Vermelho, que é um solo
bastante profundo, principalmente nas proporções mais planas do relevo. Ainda
dentro da região, encontra-se o Nitossolo Vermelho Eutroférrico, este,
geralmente localizado nas encostas onde há uma declividade moderada.
Entretanto
vale ressaltar que entre um solo e outro se têm os solos de transição e,
portanto, ao detalhar os tipos de solos acaba-se tendo um número maior de
diversificações de solos como o latossolo
vermelho, nitossolo vermelho, nitossolo/latossolo, neossolo litólico
regolítico, nitossolo/ neossolo litólico, latossolo argiloso. Toda essa
diversificação de solos está localizada nos 22.851,003 km² que abrange 50
municípios.
Devido a grande fertilidade dos solos da região e o
adequando manejo das lavouras, essa área destaca-se na produção de grãos como soja,
milho, trigo, (a última em menor número) entre outros produtos de subsistência.
2.2.2 Solos do noroeste
No
noroeste do estado temos o solo de arenito caiuá que abrange 107 municípios, num
total de 24 488,647km2 perfazendo
16% da área total do Estado (3,2 milhões de hectares) segundo Sá e Caviglione, (1999),
esses solos apresentam textura média a arenosa e, se fragmentam com muita
facilidade. Os teores de areia atingem 85 a 90%, dependendo do lugar, tornando
a capacidade de troca de cátions (CTC) dependente da matéria orgânica do solo
Fasolo et al. (1988). De acordo com Fonseca e Czuy, (2005) esses solos possuem
níveis críticos de fósforo, potássio, cálcio, magnésio e, não raro, baixos
teores de matéria orgânica, o que explica, a deficiência de algumas plantas da
região devido a falta de nutrientes como aponta Fidalski (1997).
Dentro dessa área de solos mais enfraquecidos e
frágeis no noroeste do estado, encontramos uma maior predominância das áreas de
cana-de-açúcar, café e pastagens (as duas últimas perdendo espaço para a
primeira). Existem também outras culturas de subsistência, mas, em menor número
devido à baixa produção que os mesmos apresentam.
2.3 PROCESSOS EROSIVOS DO OESTE E
NOROESTE
2.3.1 Oeste
Assim como a maioria das regiões agrícolas paranaenses, o oeste do estado também sofre as consequências do sistema de preparo e cultivo convencional que impôs o uso de métodos e implementos pesados até meados de 1985 e da prática de escarificação no período seguinte. De acordo com Derpsch et al. (1990) esse tipo de uso e manejo provocou a destruição orgânica além ainda do empobrecimento de argila nos horizontes superficiais e da subsequente diminuição da fertilidade do solo, o que teria facilitado o desencadeamento dos processos erosivos laminares e lineares no estado
As
estradas de terra também são responsáveis por grande parte dos problemas
relacionados à erosão hídrica na região oeste e vem trazendo sérios problemas
ao ambiente, poluindo e assoreando os mananciais de água. A existência de
estradas não integrada ao sistema de conservação de solos provoca inúmeros
problemas, agravando a erosão nas áreas de exploração agrosilvipastoril,
dificultando a manutenção e provocando sua degradação.
Estudos
realizados demonstram que é possível, através de adequado uso, manejo e conservação
de solo, reduzir significativamente as perdas de solo por erosão. Este manejo influencia
diretamente a infiltração e retenção de água no solo, diminuindo o escorrimento
superficial, minimizando os picos de cheia, entretanto, nada adianta realizar
esses serviços isoladamente é preciso abranger esse trabalha em larga escala.
O processo de erosão
numa propriedade, geralmente inicia-se em local mais baixo, podendo ser com
águas pluviais da própria propriedade ou com a contribuição vinda de
propriedades localizadas acima. Nada adianta executar serviços isolados e
querer impedir a progressão da erosão sem que as outras propriedades também
executam tais serviços, uma vez que o correto é efetuar trabalhos
conjuntamente, desprezando divisas e iniciando pelo divisor das águas. ZOCCAL
(2007,p.47)
2.3.2 Noroeste
O
noroeste do estado do Paraná sofre com muitos processos erosivos. Na região
encontramos o solo de arenito caiuá abrange 107 cidades. Em sua formação o solo
possui uma mistura de areia e terra vermelha na proporção de 85% areia e 15%
terra sendo essa composição responsável pelo surgimento de grandes voçorocas,
tão profundas e extensas que muitas vezes atingem os lenções freáticos e
atingem quilômetros de extensão, dando a impressão que novos rios começam a
surgir.
Com
o surgimento das cidades, lavouras e criações de gado os problemas na região se
intensificaram comprometendo e prejudicando a economia local bem como o espaço
urbano e rural com suas estradas e moradias. Para tentar amenizar os problemas
e evitar maiores proporções de estragos, as cidades da região começam a ser
mapeadas apresentando propostas e identificando onde os problemas são mais
intensos.
Com
esses projetos, foi possível organizar alguns problemas e, com a ajuda da engenharia,
geólogos, geógrafos e com o aterramento e canalização das áreas mais afetadas,
foi possível a construção de parques de lazer, estádios de futebol e outras
benfeitorias sobre um solo extremamente frágil.
3 CONCLUSÃO
Os solos paranaenses são bastante
diversificados, mas, apresentam disparidades entre si. De maneira geral se
apresentam como solos ricos em nutrientes e pobres ao mesmo tempo dependendo da
região que se localizam.
Entretanto
essa disparidade dos solos não afeta a produção agrícola, pois devido ao fato
de haver uma grande diversidade de solos um compensa o outro na questão de
produção isso fica mais evidente quando comparamos a região oeste grande
produtora de grão e a região noroeste grande produtora de cana de açúcar café e
rebanho bovino esse em menor número.
O
que se percebe nessas duas regiões é que grande parte dos problemas erosivos se
apresentam pela falta de preparo e cuidado de quem usa o solo e isso, somado a
falta de interesse dos órgãos governamentais provoca uma série de fatores que
prejudicam e comprometem a produção local.
A
preparação e o manejo correto em determinados lugares, mostra que é possível
sim controlar os processos erosivos, isso fica evidente nos lugar onde já existiam
grande problemas erosivos e hoje já não se encontram mais nenhum. Nesses
lugares houve apoio, incentivo e ajuda dos governantes na prática de cuidado
dos solos resolvendo assim, problemas que antes pareciam sem solução.
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