Cartografia (do grego chartis = mapa e graphein = escrita) é
a ciência que trata da concepção, produção, difusão, utilização e estudo dos
mapas. O vocábulo foi pela primeira vez proposto pelo historiador português
Manuel Francisco Carvalhosa, 2.º Visconde de Santarém, numa carta datada de 8
de Dezembro de 1839, de Paris, e endereçada ao historiador brasileiro Francisco
Adolfo de Varnhagen, vindo a ser internacionalmente consagrado pelo uso. Das
muitas definições usadas na literatura, colocamos aqui a atualmente adaptada
pela Associação Cartográfica Internacional (ACI):
Conjunto dos estudos e operações científicas, técnicas e
artísticas que intervêm na elaboração dos mapas a partir dos resultados das
observações diretas ou da exploração da documentação, bem como da sua
utilização
A cartografia encontra-se no curso de uma longa e profunda
revolução, iniciada em meados do século passado, e certamente a mais importante
depois do seu renascimento, que ocorreu nos séculos XV e XVI. A introdução da
fotografia aérea e da detecção remota, o avanço tecnológico nos métodos de
gravação e impressão e, mais recentemente, o aparecimento e vulgarização dos
computadores, vieram alterar profundamente a forma como os dados geográficos
são adquiridos, processados e representados, bem como o modo como os
interpretamos e exploramos.
Cartografia matemática é o ramo da cartografia que trata dos
aspectos matemáticos ligados à concepção e construção dos mapas, isto é, das projeções
cartográficas. Foi desenvolvida a partir do final século XVII, após a invenção
do cálculo matemático, sobretudo por Johann Heinrich Lambert e Joseph Louis
Lagrange. Foram especialmente relevantes, durante o século XIX, os contributos
dos matemáticos Carl Friedrich Gauss e Nicolas Auguste Tissot.
Cartometria é o ramo da cartografia que trata das medições
efetuadas sobre mapas, designadamente a medição de ângulos e direções,
distâncias, áreas, volumes e contagem de número de objetos.
Mapa Mundo antigo de 1627
Mapa do Brasil de 1750
Os primeiros mapas
A função dos mapas é prover a visualização de dados
espaciais e a sua confecção é praticada desde tempos pré-históricos, antes
mesmo da invenção da escrita. Com esta, dispomos de mapas em placas de argila
sumérias e papiros egípcios. Na Grécia antiga, Aristóteles e Hiparco produziram
mapas com latitudes e longitudes. Em Roma, Ptolomeu representou a Terra dentro
de um círculo.
A Cartografia
medieval
Embora durante a Idade Média o conhecimento geográfico tenha
conhecido uma relativa estagnação na Europa ocidental, confinado ao domínio
eclesiástico, foram produzidos os mapas OT (orbis terrarum): um T composto
pelas águas (Mar Mediterrâneo, Mar Negro e rio Nilo), separando as terras
(Europa, Ásia ocidental e Norte de África), dentro de um O (o mundo).
No mundo árabe, ao contrário, desde 827 o califa Al Mamum
havia determinado traduzir do grego a obra de Ptolomeu. Desse modo, através do
Império Bizantino, os árabes resgataram os conhecimentos greco-romanos,
aperfeiçoando-os.
A Cartografia da
Idade Moderna
Com a reabertura comercial do Mar Mediterrâneo,
especialmente a partir do século XI, os mapas ganharam mais importância,
particularmente entre os árabes, que prosseguiram com o seu desenvolvimento.
Em poucos séculos, os mapas de navegação marítima, que passaram
a ser grandemente valorizados na região mediterrânica, associados aos
progressos técnicos representados pela bússola, pelo astrolábio e pela
caravela, permitiram o processo das grandes navegações, marcando a passagem
para a Idade Moderna. Os portulanos introduziram a rosa-dos-ventos e motivos
temáticos passaram a ilustrar as lacunas do conhecimento geográfico.
A cartografia moderna conhece um progresso imenso com os
Descobrimentos portugueses, de que são exemplo os primeiros mapas a escala
mundial, de Pedro Reinel, João de Lisboa, Lopo Homem, entre outros conhecidos
cartógrafos do início do Século XVI. A compilação Portugaliae Monumenta
Cartographica contém mais de 600 mapas desde 1485 até 1700. Essa capacidade foi
progressivamente exportada para outros países, nomeadamente Itália, França ou
Holanda, de que nos chegaram muito mais cópias. Mercator introduz uma projeção
não cilíndrica, que irá influenciar a cartografia seguinte.
Os Mapas atuais
Os mapas, antiga e tradicionalmente feitos usando material
de escrita, a partir do aparecimento dos computadores e dos satélites
conheceram uma verdadeira revolução. Atualmente são confeccionados
utilizando-se softwares próprios (Sistemas de Informação Geográfica) (SIGs, CAD
ou softwares especializados em ilustração para mapas). Os dados assim obtidos
ou processados são mantidos em base de dados. A tendência atual neste campo é
um afastamento dos métodos analógicos de produção e um progressivo uso de mapas
interativo de formato digital.
O departamento de cartografia da Organização das Nações
Unidas é o responsável pela manutenção do mapa mundial oficial em escala
1/1.000.000 e todos os países enviam seus dados mais recentes para este
departamento.
A cartografia
histórica no Brasil
Os estudos de cartografia histórica, no Brasil, estão
ligados ao processo histórico de confecção de mapas descritivos do seu território.
Entre as instituições que se destacam neste segmento de estudo apontam-se:
Serviço Geográfico do Exército (DSG)
Diretoria de Hidrografia e Navegação (Marinha do Brasil)
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Instituto Geográfico e Cartográfico (IGC)
A cartografia
temática
Na cartografia temática temos convenções e símbolos
cartográficos que são símbolos e cores utilizados para representar os elementos
desejados. Existe uma padronização internacional de símbolos e cores para facilitar
a leitura e interpretação dos mapas, em qualquer parte do mundo.
Ex:
A confecção de cartogramas é a área da cartografia temática.
Cartogramas são mapas esquemáticos, com elevado nível de abstração, em que
formas ou localizações reais são estilizadas com fins conceituais e
informativos. Os elementos cartográficos, reunidos numa só folha, são
representações gráficas de fenômenos espaciais e temporais, pelo que abordam
numerosos assuntos quase sempre em mutação contínua, como as migrações, fluxos
de veículos, desmatamento, reflorestamento etc.
O mapa esquemático que serve de base para o cartograma é
extraído do mapa topográfico ou geográfico, sendo o tema do cartograma exposto
mediante diversos recursos gráficos, como pontos e figuras, quando é chamado de
pictórico. Nessa modalidade, o ponto como figura geométrica é adimensional,
isto é, seu tamanho nada representa e só vale como material de leitura. Além de
pontos, usam-se barras e faixas que indicam extensões lineares ou, pela
espessura, a importância do fenômeno.
Outro tipo é o cartograma de isocurvas,
em que as curvas ou linhas representam, pela posição, valores equivalentes em
toda a sua extensão. Outras espécies de cartogramas: os de superfície,
bidimensionais, recomendados para indicar as variações de determinados
fenômenos por meio do uso de áreas sombreadas ou coloridas; cartogramas de
aparência tridimensional, também denominados blocos-diagramas, em que os fatos
são expostos em perspectiva, exibindo-se o mapa esquemático.
Ex:
Nos mapas e como em muitas outras situações, os gráficos
acabam sendo recursos visuais utilizados para leitura de informações sobre
aspectos e processos naturais, sociais e econômicos, o gráfico representa as
informações através de formas geométricas de maneira exata, os gráficos são
classificados em Gráfico de colunas, circular e de linha.
Ex.
Referências de pesquisa:
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Referencias
http://pt.shvoong.com/social-sciences/1799939-cartografia-geogr%C3%A1fica-cartografia-tem%C3%A1tica/
http://www.brasilescola.com/geografia/os-mapas-os-graficos.htm
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