O sensoriamento remoto é uma
tecnologia de obtenção de imagens e dados da superfície terrestre através da
captação e registro da energia refletida/emitida pela superfície sem que haja
contato físico entre o sensor e a superfície estudada (por isso é chamado de
remoto).
Os sensores óptico-eletrônicos
utilizados para a captura dessa energia funcionam como uma câmera fotográfica
(que capta e registra a radiação – luz – emitida/refletida pelo objeto) que
tirasse fotos da superfície terrestre, só que um pouco mais sofisticados.
As câmeras fotográficas
convencionais captam apenas o espectro de luz visível (de ondas longas), já os sensores utilizados
no sensoriamento remoto costumam captar outras bandas (uma delas é o
infravermelho, que é muito importante para o estudo das vegetações, por
exemplo).
Após feita a captura da imagem,
estas serão analisadas, transformadas em mapas ou constituirão um banco de
dados georreferenciados caracterizando o que chamamos de Geoprocessamento.
O veículo mais utilizado para
captura de imagens em sensoriamento remoto é, com certeza, o satélite devido a
sua melhor relação de custo-benefício, uma vez que ele pode passar anos em
órbita da terra.
Os mais famosos satélites são: o
CBERS, Chinese – Brazilian Earth Resources Satellite, com 1.450kg e duração de
dois anos é um satélite nacional em parceria com a China, lançado em 1999 e
administrado pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais); o Landsat 7
(Earth Resources Technology Satellite), com aproximadamente 2.100kg e mais de
cinco anos de vida foi lançado em 1999. O primeiro Landsat foi lançado ainda em
1972; o SPOT (Sistéme Probatoire de L’Observation De La Terre France), com
2.700 kg e, também, mais de cinco anos de vida sendo que o primeiro da série (SPOT
1) foi lançado em 1986.
GPS (Sistema de
Posicionamento Global)
GPS, Global Positioning System em inglês, ou “Sistema de
Posicionamento Global”, é um sistema eletrônico de navegação civil e militar
que emitem coordenadas em tempo real e é alimentado por informações de um
sistema de 24 satélites chamado NAVSTAR e controlado pelo DoD, Department of
Defence (Departamento de Defesa) dos EUA.
O GPS, de início, era um projeto militar dos EUA chamado de
“NAVSTAR” e que foi criado na década de 1960, mas que só foi considerado
completo em 1995, depois de 35 anos de trabalho que custaram 10 bilhões de
dólares aos cofres americanos.
A revolução causada pelo GPS na geografia é comparável (senão
maior) a revolução da descoberta do continente americano que ampliou o mundo
conhecido até então. Com o GPS é possível estabelecer a posição praticamente
exata, com margem de erro mínima de 1 metro, de qualquer ponto do planeta a
qualquer momento. Alguns receptores super-acurados conseguem chegar, depois de
alguns dias, a uma precisão de até 10 mm utilizando-se de técnicas de
processamento específicas!
O GPS, basicamente, funciona com uma constelação de 24
satélites (NAVSTAR) que orbitam a terra duas vezes por dia, emitindo sinais de
rádio a uma dada freqüência para receptores localizados na terra, que podem ser
até portáteis (como um “palm”).
Cada satélite, identificado por um código pseudo-randômico
(“aparentemente aleatório”) de 1 a 32, emite um sinal que contém o código CA
(geral), o código P (de precisão) e uma informação de status (dia, hora, mês)
que são recebidos pelo receptor, embora os receptores de uso civil recebam
apenas o código CA emitido em uma freqüência enquanto que os receptores
militares recebem cada código emitido em duas freqüências garantindo maior
precisão.
O que, aliás, junto com a interferência proposital inserida
pelo DoD na transmissão para aparelhos civis (Selective Availability –
Disponibilidade Seletiva) e o atraso causado pelos elétrons livres presentes na
ionosfera (comum a qualquer transmissão de rádio) na transmissão do sinal,
fazem com que a precisão dos dados seja ainda menor para uso civil.
Já para uso militar o sinal de todos os satélites é emitido
ao mesmo tempo com uma precisão impressionante garantida devido a um relógio
atômico (o metrônomo é um átomo) presente em cada satélite e que é o sistema de
medição de tempo mais preciso já criado até hoje. E os seus receptores não
sofrem a interferência da ionosfera nem da “Disponibilidade Seletiva”.
Todas estas interferências na transmissão civil são por causa
da possibilidade deste sistema ser utilizado inadequadamente por terroristas,
ou algo parecido. Então, o DoD criou uma hierarquia de acesso aos dados onde os
“usuários autorizados”, o DoD, recebem dados com precisão melhor, enquanto que
os “usuários não-autorizados”, civis, recebem dados com precisão de 15 a 100
metros.
Sistema
de Informação Geográfica (SIG)
Sistema de Informação Geográfica (SIG),
sistema de informação que grava, armazena e analisa as informações sobre os
elementos que compõem a superfície da Terra. Um SIG pode gerar imagens de uma
área em duas ou três dimensões, representando elementos naturais, junto a
elementos artificiais.
Muitos bancos de dados do SIG consistem
de conjuntos de dados que são agrupados em camadas. Cada camada representa um
determinado tipo de dado geográfico. O SIG pode combinar essas camadas em uma
só imagem.
Um SIG é projetado para aceitar dados
de uma grande variedade de fontes, incluindo mapas, fotografias de satélites,
textos impressos ou estatísticas. O SIG converte todos os dados geográficos em
um código digital e é programado para processar as informações e, em seguida,
obter as imagens. O governo canadense criou o primeiro SIG na década de 1960.
Um Sistema de Informação Geográfica (SIG ou GIS - Geographic Information System, do acrónimo/acrônimo inglês) é um sistema de hardware, software, informação espacial e procedimentos computacionais que permite e facilita a análise, gestão ou representação do espaço e dos fenômenos que nele ocorrem. Um exemplo bem conhecido de um proto SIG é o trabalho desenvolvido pelo Dr. John Snow em1854 para situar a fonte causadora de um surto de cólera na zona do Soho em Londres, cartografando os casos detectados. Esse protoSIG permitiu a Snow localizar com precisão um poço de água contaminado como fonte causadora do surto. Esta informação, entretanto, é controversa, visto que John Snow já tinha descoberto o poço antes da aplicação do mapa.
Modelos
Existem vários modelos de dados
aplicáveis em SIG (Sistemas de Informação Geográfica). Por exemplo, o SIG pode
funcionar como uma base de dados com informação geográfica (dados
alfanuméricos) que se encontra associada por um identificador comum aos objectos
gráficos de um mapa digital. Desta forma, assinalando um objecto pode-se saber
o valor dos seus atributos, e inversamente, selecionando um registro da base de
dados é possível saber a sua localização e apontá-la num mapa.
O Sistema de Informação Geográfica
separa a informação em diferentes camadas temáticas e armazena-as
independentemente, permitindo trabalhar com elas de modo rápido e simples,
permitindo ao operador ou utilizador a possibilidade de relacionar a informação
existente através da posição e topologia dos objectos, com o fim de gerar nova
informação.
Os modelos mais comuns em SIG são o
modelo raster ou matricial e o modelo vectorial. O modelo de SIG matricial
centra-se nas propriedades do espaço, compartimentando-o em células regulares
(habitualmente quadradas, mas podendo ser rectangulares, triangulares ou
hexagonais). Cada célula representa um único valor. Quanto maior for a dimensão
de cada célula (resolução) menor é a precisão ou detalhe na representação do
espaço geográfico.
No caso do modelo de SIG vectorial, o
foco das representações centra-se na precisão da localização dos elementos no
espaço. Para modelar digitalmente as entidades do mundo real utilizam-se
essencialmente três formas espaciais: o ponto, a linha e o polígono.
Padronização
Na tentativa de chegar a uma padronização dos citados tipos
de dados, existe o Open Geospatial Consortium, hospedado em
http://www.opengeospatial.org/ . O objetivo é forçar os desenvolvedores de
software de SIG e Geoprocessamento adotarem padrões. Atualmente, possui algumas
especificações:
WMS - Web Map Service
WFS - Web Feature Service
WCS - Web
Coverage Service
CS-W -
Catalog Service Web
SFS - Simple
Features - SQL
GML -
Geography Markup Language
A partir de 2005, com a disponibilização gratuita do
visualizador Google Earth, o formato KMZ se popularizou, tornando-se um padrão
de facto. Vários SIG, em 2006, já apresentam possibilidades de exportação e
importação de arquivos KMZ, como o NASA World Wind.
Utilização
Os SIG permitem compatibilizar a
informação proveniente de diversas fontes, como informação de sensores
espaciais (detecção remota / sensoriamento remoto), informação recolhida com
GPS ou obtida com os métodos tradicionais da Topografia.
Entre as questões em que um SIG
pode ter um papel importante encontram-se:
Localização: Inquirir
características de um lugar concreto
Condição: Cumprimento ou não de
condições impostas aos objetos.
Tendência: Comparação entre
situações temporais ou espaciais distintas de alguma característica.
Rotas: Cálculo de caminhos ótimos
entre dois ou mais pontos.
Modelos: Geração de modelos
explicativos a partir do comportamento observado de fenómenos/fenômenos
espaciais.
Material jornalístico. O
Jornalismo online pode usar sistemas SIG para aprofundar coberturas
jornalísticas onde a espacialização é importante.
Os campos de aplicação dos
Sistemas de Informação Geográfica, por serem muito versáteis, são muito vastos,
podendo-se utilizar na maioria das atividades com um componente espacial, da
cartografia a estudos de impacto ambiental ou vigilância epidemiológica de
doenças, de prospeção de recursos ao marketing, constituindo o que poderá
designar de Sistemas Espaciais de Apoio à Decisão. A profunda revolução que
provocaram as novas tecnologias afetou decisivamente a evolução da análise
espacial.
Fonte:
http://www.infoescola.com/cartografia/sensoriamento-remoto/
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